A Dor que precisa de doer (31 de janeiro)

Chegamos ao final do 1º mês deste ano, após grande entusiasmo, como se a mudança de ano trouxe uma magia capaz de operar grandes transformações no mundo, terminamos este grande janeiro (parecendo até ter mais dias)...na mesma, isto porque o ano mudou, mas nós não. Então é preciso desmistificar, sair desse pensamento faz de conta, mais ou menos...e perceber que cada um está na Terra para viver a sua história, com momentos bons e maus, tal como convém a qualquer enredo. Permanecemos no corpo para aprender, para evoluir e para nos superarmos a cada dia. 

Se o conseguimos? 

Só cada um poderá responder, sendo que essa questão cabe no final de cada dia.

Se as dores fazem parte da caminhada, são tantas vezes consequência das nossas más escolhas, mas ainda assim nos trazem possibilidade de crescimento, então é preciso SUPORTAR, aprender a SUPORTAR.

Hoje mais do que nunca, vemos crianças e jovens em sofrimento, padecendo dos mais variados distúrbios de ordem mental, ansiedade, depressão, automutilação, bulimia, anorexia, bullying... fruto de uma inabilidade para suportar as dores da vida, falta de resiliência, falta de fé.

O que está a falhar? EDUCAÇÃO MORAL que traz sentido à vida no nosso espírito imortal.


Partilhamos dois excertos extraordinários do Evangelho Segundo o Espiritismo. e levaremos este tema para reflexão amanhã, dia 31, pelas 21h na AEE, sem reflexão não há evolução.

Entrada Livre e Gratuita

 18. Quando o Cristo disse: “Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence”, não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.


O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: “Fui o mais forte.”

Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso.

Lacordaire.
Havre, 1863
ESE, cap V- item 18.

2. Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer:

“Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei.”

Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.
ESE, cap VI

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