Por que Jesus falava por parábolas? (21 de outubro)
O que são Parábolas? (ESE, cap.
XXIV)
Para que entendamos o que
são Parábolas é necessário que saibamos, primeiro, o que são "Alegorias”. Recorrendo ao Houaiss eletrónico,
encontramos a acepção que nos interessa:
“texto filosófico escrito de
maneira simbólica, utilizando-se de imagens e narrativas com intuito de
apresentar de modo figurado ideias e concepções intelectuais”
Agora vejamos o que
significa “Parábola”, ainda segundo o Houaiss:
1 narrativa alegórica que transmite uma
mensagem indireta, por meio de comparação ou analogia.
1.1 narrativa alegórica que encerra um preceito
religioso ou moral, em especial as encontradas nos Evangelhos.
Em suma, portanto, toda
Parábola é uma Alegoria de cunho moral.
Jesus foi o Mestre dos
Mestres. Ensinava por meio de diálogos, respondendo simplesmente a perguntas,
proferindo sermões a grandes assembleias, comentando uma ocorrência com seus
discípulos, contando parábolas ao povo simples e aos membros da elite religiosa
e, acima de tudo, pelo seu exemplo sublime de vida.
A propósito, cabe aqui
lembrar o que disse, certa vez, Albert Schweitzer: “Servir de exemplo não é a melhor forma de ensinar, é a única forma de
ensinar.” Se Jesus não tivesse sido o
exemplo vivo de tudo aquilo que ensinou, seus ensinamentos não teriam
sobrevivido até hoje nos corações dos homens.
Sem ignorar verdade tão
importante, vejamos, na linha do estudo que estamos a fazer, como o Mestre
ensinava por palavras.
Em cada lugar escolhia a
forma mais adequada de falar, sempre ensinando, paciente, aos que tinham e aos
que não tinham ouvidos de ouvir.
Quando o ensinamento era
de cunho moral ou quando se tratava de um esclarecimento ao alcance do
entendimento dos Espíritos então encarnados, ele usava uma linguagem direta que
eles pudessem entender de imediato e, se assim o desejassem, passar a praticar
dali para frente o que haviam aprendido. Quando, no entanto, o Mestre precisava
falar de assuntos espirituais mais complexos, que o entendimento da maioria dos
presentes não conseguiria alcançar, ele fazia uso de parábolas.
Ocorre, porém, que
estamos todos na senda evolutiva e aquele que hoje é ignorante, amanhã será sábio,
o que hoje é perverso, amanhã será um ícone de bondade. Tal é a lei. Portanto,
o facto de Jesus se ter utilizado de parábolas demonstra a sua imensa sabedoria
e seu inigualável amor pela humanidade. Seus ensinamentos se destinam a todos,
sem distinção. Aqueles que já estiverem preparados o absorvem de imediato, mas
os que ainda não o estão dispõem de toda a eternidade para se preparar. Assim,
a cada nova vida, sua leitura das parábolas será diferente, cada vez mais
apurada até que, dotados de olhos de ver e ouvidos de ouvir, nada mais lhes será
velado.
Outra grande vantagem do
uso de parábolas por Jesus é que, por utilizarem elas de uma linguagem simbólica,
elas não devem ter sofrido alterações ao longo dos séculos nas mãos de
tradutores ou copistas mal intencionados, trabalhando para fazer prevalecer uma
interpretação compatível com a vontade de uma ou outra vertente sectária do
Cristianismo. Assim, elas estão preservadas até hoje em toda a sua sabedoria e
assim estarão para sempre, de forma a que os Espíritos que não as compreendiam
então as possam compreender hoje e os que não as compreendem hoje o possam
fazer amanhã.
E como nos disse Jesus,
ciente que um dia o iremos compreender:
“O Reino
dos Céus está dentro de vós…”
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