Será que perdemos aqueles que amamos? (29 de março)





" Quando a morte vem ceifar em vossas famílias, levando sem consideração os jovens em lugar dos velhos, dizeis frequentemente: “Deus não é justo, pois sacrifica o que está forte e com o futuro pela frente, para conservar os que já viveram longos anos, carregados de decepções: leva os que são úteis e deixa os que não servem para nada mais; fere um coração de mãe, privando-o da inocente criatura que era toda a sua alegria”.(E. S. E. Cap. V, item 21)

"A perda dos entes que nos são caros não constitui para nós legítima causa de dor, tanto mais legítima quanto é irreparável e independente da nossa vontade?
Essa causa de dor atinge assim o rico, como o pobre: representa uma prova, ou expiação, e comum é a lei. Tendes, porém, uma consolação em poderdes comunicar-vos com os vossos amigos pelos meios que vos estão ao alcance, enquanto não dispondes de outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos.”(Livro dos Espíritos, CAPÍTULO I - DAS PENAS E GOZOS TERRESTRES, Perdas dos entes queridos, questão n. 934)

Muito embora a lágrima sentida ocupe o seu lugar, quando desses transes difíceis, faz-se necessário atentar para os excessos, que são, sem dúvida, expressões da mente bloqueada ou da alma emparedada em ignorância desarticuladora, impedindo-se de pensar mais alto.
Há familiares que se desesperam de tal modo, que mais parecem descarregar as quotas de remorsos para com os desencarnados, do que propriamente saudade e ternura.
Há casos de tamanha revolta, diante da lei que não tem exceção, que passam a acusar, sem que se apercebam, os afetos trespassados, como responsáveis por seus sofrimentos.
Há situações em que familiares e amigos, num processo inconsciente de autopiedade, valem-se do passamento dos entes caros, a fim de exteriorizar a carência afetiva que os caracteriza. Não pensam claramente no morto, mas, em si mesmos, elastecendo o sofrimento, atraindo para si as atenções e cuidados gerais.
Para e pensa, pois, nessas questões.
Não obstante a morte imponha amargura e dor, frustração e lágrimas naqueles que ficam, nas lides da atividade carnal, vale a pena estejas vigilante, para que o egoísmo milenário (...) não se imiscua nos teus sentimentos verdadeiros.
Cultiva, então, o bom senso.
Sofre e chora sem que o teu sofrimento perturbe os outros, e sem que tuas lágrimas traiam teus desejos íntimos de afago, na descompensação em que te achas.
Aprende a sofrer retirando bom aproveitamento do padecer, amadurecendo, superando-te, para que as tuas provas ou expiações humanas, de fato, façam-te avançar para Deus, e não te aguilhoem aos postes morais do indivíduo espiritualmente pigmeu.
Choras por teus mortos? Então, faze desse pranto um aceno de ternura e um bilhete de paz, onde tu digas aos amores desencarnados:´Até breve; que Deus te abençoe, ser querido!`"
(Livro "Revelações da luz" psicografado por Raul Teixeira, pelo espírito "Camilo"

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