Ressentimento doentio e a sombria face do ódio (21 de fevereiro)

A Tragédia do Ressentimento
"As pressões psicossociais, sócio-emocionais, económicas e de outras origens desencadeiam distúrbios variados, nos quais mergulha uma larga faixa da sociedade. Provocando medo, ansiedade e amargura, desarmonizam o sistema nervoso dos seres humanos, conduzindo a neuroses profundas que, quase sempre somatizadas, são responsáveis por enfermidades alérgicas, digestivas, do metabolismo em geral, facultando a instalação de processos degenerativos.
Os temperamentos frágeis, sob pressão, procuram realizar mecanismos de fuga, caindo em estados fóbicos e depressivos ou recorrendo à violência como forma de afirmação e defesa da personalidade.  Muitos resíduos psicológicos se lhes instalam no campo emocional e mental, dando lugar a perturbações de comportamento e a doenças diversas, que permanecem sem diagnose adequada.
Pessoas mais sensíveis, que não conseguem suportar e superar esses fenómenos das pressões construtoras, refugiam-se em ressentimentos que as infelicitam e predispõem-nas a reagir sempre, desferindo dardos venenosos contra aqueles que se lhe transformam em inimigos reais ou imaginários.  Algumas intoxicam-se de mágoas e fenecem. Outras, inconscientemente, tornam-se vítimas de insucessos afetivos, financeiros e sociais. Diversas fracassam na auto-estima, desvalorizando-se e fazendo o jogo da autodestruição.
O ressentimento é responsável por muitas das tragédias do quotidiano.  O ressentimento é tóxico que mata aquele que o carrega. Enquanto vibra na emoção, destrambelha os equipamentos nervosos mais sutis e produz disritmia, oscilação de pressão, disfunções cardíacas.
Não vale a pena deixar-se envenenar pelo ressentimento.  Nem sempre ele se manifesta com expressões definidas, camuflando-se nas fixações mentais e, às vezes, passando despercebido.  Há pessoas ressentidas que se não dão conta.
Um auto-exame enérgico auxiliar-te-á a identificá-lo nos refolhos da alma. Logo depois, prosseguindo na sua busca e análise, descobrirás as suas raízes, quando teve ele início e por que se te instalou no ser, passando a perturbar-te.  Verificarás, surpreso, que és responsável por lhe dares guarida e o vitalizares, deixando-te por ele consumir.
Os indivíduos que te foram cruéis, familiares, conhecidos, mestres, na infância e durante a vida, não tinham nem têm dimensão do que fizeram ou estão a fazer. Sequer se aperceberam dos seus desmandos e incoerências em relação a ti. A seu turno, sofreram as mesmas agressões, quando crianças, e apenas reagem conforme haviam feito outros em relação a eles.
O teu primeiro passo será compreendê-los, considerando-os sem responsabilidade nem esclarecimento, sem má intenção em relação a ti. Mediante tal recurso os compreenderás e os perdoarás posteriormente, liberando-te.
Arrancada a causa injusta do ressentimento, despertarás de imediato em paisagem sem sombras, redescobrindo a vida e desarmando- te em relação às outras pessoas, que antipatizavas ou das quais te mantinhas em guarda.
Ademais, o mal que te façam somente te perturbará se o permitires, acolhendo-o. Em caso contrário, tornará à sua origem.  Vive, pois, sem mágoas. Depura-te. Ressentimento, nunca." 
Livro "Momentos de Saúde" de Joanna de Ângelis Psicografia de Divaldo Franco
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"Jesus estabeleceu como lei a doçura, a moderação, a mansuetude, a afabilidade e a paciência. E, por consequência, condenou a violência, a cólera, e até mesmo toda expressão descortês para com os semelhantes. (...).  É que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei de amor e caridade, que deve regular as relações entre os homens, mantendo a união e a concórdia. É um atentado, à benevolência recíproca e à fraternidade, entretendo o ódio e a animosidade. Enfim, porque depois da humildade perante Deus, a caridade para com o próximo é a primeira lei de todo cristão.”

E. S. E. Cap. IX, item 4

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