Ninguém perde aqueles que ama (19 de setembro)
Saber que nunca perdemos aqueles que amamos é uma das consolações, talvez a maior, que o Espiritismo nos traz.
Aqui partilhamos esta história, trazida por Chico Xavier e um excerto do Evangelho Segundo o Espiritismo.
"SaberTransformando Saudade em Caridade
Hoje, em Uberaba, dia 13 de novembro de 1982, no culto evangélico ao ar
livre no Abacateiro, junto a Chico Xavier, presenciamos um fato sublime e de
grande significado.
Uma família de São Paulo comemorava os 23 anos do jovem Roberto
Muszkat, domiciliado presentemente no mundo espiritual. Liderados por seus
pais, dona Sônia e dr. David, seus irmãos entoavam em prece muda o
tradicional “parabéns para você.
Sobre a mesa, um bolo de 40 quilos todo enfeitado, com palavras em glacê,
saudando as crianças “convidadas” da Mata do Carrinho. Bolas coloridas e
bonecas, balas e cadernos completavam a festa sui generis. Logo adiante,
alguns amigos ainda distribuíam, em forma de brindes, o arroz, o feijão, o
macarrão, a rosca salpicada de açúcar e muito carinho.
Roberto era, ou diríamos melhor, é o filho mais velho de um casal unido e
feliz.
A desencarnação chegou bruscamente, roubando a sua presença física
da convivência familiar. Foi como se aquele castelo enternecido de amor e paz
desmoronasse. Sua mãe desesperada entregou-se às lágrimas; seu pai
trancou-se em si mesmo, ocultando o pranto no trabalho; seus irmãos sentiram
um estranho vazio, afinal como não mais ouvir a risada de Roberto? E assim o
tempo corria célere.
Mas a Misericórdia Divina não desampara ninguém. Dona Sônia, a mãe de
Roberto, manifesta o desejo de vir a Uberaba conhecer o médium Chico
Xavier. Quem sabe uma mensagem do filho querido fosse possível?
Assim foi feito. Em contato com Chico, em uma das reuniões do Grupo
Espírita da Prece, eis que Roberto transmite a sua primeira mensagem:
“Mãezinha, papai, irmãos queridos, estou vivo!...”.
Alegria, esperança,
felicidade! Na mensagem, ele se refere a fatos impressionantes, apenas do
conhecimento da família.
De lá para cá, Roberto tem se manifestado com a regularidade possível.
Depois de algum tempo, seu pai, o dr. David, também se faz presente em
Uberaba. Lembro-me do que lhe disse Chico:
Roberto me pede para falar com o senhor que quando Deus pediu o filho a
Abraão, Ele não queria o filho; Ele queria Abraão...
Ainda há poucos minutos atrás (escrevo estas linhas da mesa do Grupo
Espírita da Prece, enquanto Chico psicografa uma mensagem belíssima de
Maria Dolores), conversando com dona Sónia ela nos dizia: “Deus me levou um
filho, mas aumentou a minha família”. E contou também que estiveram a tarde
no Lar da Caridade, ex-Hospital do Pênfigo de Uberaba, fazendo a mesma
distribuição comemorativa dos 23 anos de Roberto para mais de trezentas
crianças.
Estamos narrando tudo isso para que os irmãos sintam como a doutrina
espírita modifica completamente a nossa concepção de vida.
Quantos pais, ao invés de tornarem úteis as lembranças e as saudades dos
filhos que partiram, debruçam-se sobre os túmulos vazios, entregando-se a
lamentações improdutivas e até mesmo prejudiciais? Quantos, desesperados,
dopam-se para anestesiar a dor da separação?
E para nossa surpresa, eis que Roberto escreve uma vez mais do Além,
agradecendo aos seus pais e aos seus irmãos pela festa de aniversario que lhe
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proporcionaram junto aos mais carentes!
Ele faz questão de explicar que não se comunicava para retribuir a festa,
mas para confortar os familiares queridos que ainda sofriam pela separação.
Agradece aos seus irmãos por terem “mexido” na poupança para a compra
dos brinquedos repartidos com as crianças.
Como os pais de Roberto Muszkat, muitos outros, que têm sido agraciados
pelo mundo espiritual por comunicações de seus filhos desencarnados,
promovem fartas distribuições quando comemoram na Terra o que seria mais
um ano de vida daqueles que, atendendo à Divina Lei, demandaram outros
páramos.
São muitos já os componentes da Nave da Saudade, nome do grupo espírita
fundado pelo amigo sr. Renê Strang, de Ribeirão Preto, que igualmente viu o
filho querido, Renezinho, partir para o Além ainda muito jovem.
Os componentes da Nave da Saudade estão em toda a parte, por que quem
não terá um ente amado do outro lado da vida? Mas os que a Doutrina Espírita
libertou não usam luto, não perdem a vontade de prosseguir vivendo, não se
preocupam com custosos mausoléus, não estacionam, anos e anos, à frente
de fotografias, indagando por que.
O espiritismo nos auxilia a transformar a
saudade em trabalho, a lágrima em prece, a solidão em amor aos tristes da
estrada. Imaginemos o que não terá experimentado o espírito Roberto, do Alto,
tendo como convidados para a sua festa de aniversário os coxos e os
estropiados!
Realmente, nenhuma festa do mundo pode ser comparada a esses
momentos indescritíveis, quando, como nos fala o Evangelho, representando a
Divindade, levamos o pão e o consolo aos lares que enfrentam provações
diferentes das nossas. Parabéns, Roberto, nesta data querida, muitas
felicidades, a eternidade lhe pertence! Obrigado, Chico."
(CAB, Chico e Roberto,
o Aniversariante do Além, (dezembro de 1982)
Vós que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações de vosso coração, chamando esses entes queridos. E se pedirdes a Deus para os abençoar, sentireis em vós mesmas a consolação poderosa que faz secarem as lágrimas, e essas aspirações sedutoras, que vos mostram o futuro prometido pelo soberano Senhor."
ESE, cap.V - Perda de Pessoas Amadas e Mortes Permaturas
A Saudade permanece, mas será sempre um até já, pois os laços de amor duram além da vida física, acompanham o nosso Espírito imortal e fortalecem-se ao longo de várias jornadas
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