A Páscoa à luz da Doutrina Espirita (26 de março)


Na Cruz
"Ele salvou a muitos e a si mesmo não pôde salvar-se."- (Mateus, 27:42.)
Sim, ele redimira a muitos…
Estendera o amor e a verdade, a paz e a luz, levantara enfermos e ressuscitara mortos.
Entretanto, para ele mesmo erguia-se a cruz entre ladrões.
Em verdade, para quem se exaltara tanto, para quem atingira o pináculo, sugerindo indirectamente a própria condição de Redentor e Rei, a queda era enorme…
Era Príncipe da Paz e achava-se vencido pela guerra dos interesses inferiores.
Era o Salvador e não se salvava.
Era o justo e padecia a suprema injustiça.
Jazia o Senhor flagelado e vencido.
Para o consenso humano era a extrema perda.
Caíra, todavia, na cruz.
Sangrando, mas de pé.
Supliciado, mas de braços abertos.
Relegado ao sofrimento, mas suspenso da Terra.
Rodeado de ódio e sarcasmo, mas de coração içado ao Amor.
Tombara, vilipendiado e esquecido, mas, no outro dia, transformava a própria dor em glória divina. Pendera-lhe a fronte, empastada em sangue, no madeiro, e ressurgia, à luz do sol, ao hábito de um jardim.
Convertia-se a derrota escura em vitória resplandecente. Cobria-se o lenho afrontoso de claridades celestiais para a Terra inteira.
Assim também ocorre nos círculos de nossas vidas.
Não tropeces no fácil triunfo ou na auréola barata dos crucificadores. Toda a vez que as circunstâncias te compelirem a modificar o roteiro da própria vida, prefere o sacrifício de ti mesmo, transformando a tua dor em auxílio para muitos, porque todos aqueles que recebem a cruz, em favor dos semelhantes, descobrem o trilho da eterna ressurreição.
"Fonte Viva", meng.46, pelo espírito de Emmanuel,
psicografado por Francisco Cândido Xavier

Páscoa, mais um momento em que somos convidados a reflitir, ainda que tenhamos dificuldade em o fazer no resto do ano, que possamos nestes dias olhar para a nossa cruz com mais aceitação, compreensão e fé, de que existe em nós a força necessária para com ela seguir em frente. Que continuemos a trabalhar na árdua tarefa da nossa transformação moral, matando o homem velho e fazendo nascer o homem novo, seguindo os ensinamentos do amado mestre Jesus. Este é o verdadeiro sentido da Páscoa, libertação do que existe de menos bom nos nossos corações.

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