Considerações sobre a tristeza e a vivência da felicidade (18 de abril)
No
capítulo 5, "Considerações Sobre a Tristeza", do livro Atitudes
Renovadas, de Divaldo P. Franco, Joanna de Ângelis, define a tristeza como sendo
um fenómeno natural, que ocorre com todas as pessoas e que pode ser considerada
como uma pausa para a compreensão da existência, avançando no rumo do júbilo e
que não é o inverso da alegria, mas a sua ausência momentânea. Contudo, não se deve cultivá-la
como necessária para o discernimento a cada instante ou em toda parte. Da mesma
forma que não devemos cultivá-la, também não devemos fugir dela, vamos
aceitá-la e retirar o melhor resultado da oportunidade de reflexão que ela nos
proporcionar.
"Q. 920. O homem pode gozar na Terra uma felicidade completa?
— Não, pois a vida lhe foi dada como
prova ou expiação, mas dele depende abrandar os seus males e ser tão feliz,
quanto se pode ser na Terra.
Q. 921. Concebe-se que o homem seja feliz na
Terra quando a Humanidade estiver transformada, mas, enquanto isso não se
verifica, pode cada um gozar de uma felicidade relativa?
— O homem é, na maioria das vezes, o
artífice de sua própria infelicidade. Praticando a lei de Deus, ele pode
poupar-se a muitos males e gozar de uma felicidade tão grande quanto o comporta
a sua existência num plano grosseiro.
Comentário
de Kardec: O homem bem compenetrado do seu destino futuro não vê na existência
corpórea mais do que uma rápida passagem. É como uma parada momentânea numa
hospedaria precária. Ele se consola facilmente de alguns aborrecimentos
passageiros, numa viagem que deve conduzi-lo a uma situação tanto melhor quanto
mais atenciosamente tenha feito os seus preparativos para ela.
Somos punidos nesta vida pelas infrações
que cometemos às leis da existência corpórea, pelos próprios males decorrentes
dessas infrações e pelos nossos próprios excessos Se remontarmos pouco a pouco
à origem do que chamamos infelicidades terrenas veremos a estas, na sua
maioria, como a conseqüência de um primeiro desvio do caminho certo. Em virtude
desse desvio inicial, entramos num mau caminho e de conseqüência em
conseqüência, caímos afinal na desgraça."
Livro dos Espíritos
"Não sou feliz! A felicidade não
foi feita para mim! Exclama geralmente o homem, em toda as posições sociais.
Isto prova, meus caros filhos, melhor que todos os raciocínios possíveis, a
verdade desta máxima do Eclesiastes: “A felicidade não é deste mundo”. Com
efeito, nem a fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude em flor, são
condições essenciais da felicidade. Digo mais: nem mesmo a reunião dessas três
condições, tão cobiçadas, pois que ouvimos constantemente, no seio das classes
privilegiadas, pessoas de todas as idades lamentarem amargamente a sua condição
de existência.
Diante disso, é inconcebível que as
classes trabalhadoras invejem com tanta cobiça a posição dos favorecidos da
fortuna. Neste mundo, seja quem for, cada qual tem a sua parte de trabalho e de
miséria, seu quinhão de sofrimento e desengano. Pelo que é fácil chegar-se à
conclusão de que a Terra é um lugar de provas e de expiações.
Assim, pois, os que pregam que a
Terra é a única morada do homem, e que somente nela, e numa única existência,
lhe é permitido alcançar o mais elevado grau de felicidade que a sua natureza
comporta, iludem-se e enganam aqueles que os ouvem. Basta lembrar que está
demonstrado, por uma experiência multissecular, que este globo só
excepcionalmente reúne as condições necessárias à felicidade completa do
indivíduo.
Num sentido geral, pode afirmar-se
que a felicidade é uma utopia, a cuja perseguição se lançam as gerações,
sucessivamente, sem jamais a alcançarem. Porque, se o homem sábio é uma
raridade neste mundo, o homem realmente feliz não se encontra com maior
facilidade.
Aquilo em que consiste a felicidade
terrena é de tal maneira efêmera para quem não se guiar pela sabedoria, que por
um ano, um mês, uma semana de completa satisfação, todo o resto da existência
se passa numa seqüência de amarguras e decepções. E notai, meus caros filhos
que estou falando dos felizes da Terra, desses que são invejados pelas massas
populares.
Conseqüentemente, se a morada
terrena se destina a provas e expiações, é forçoso admitir que existem, além,
moradas mais favorecidas, em que o Espírito do homem, ainda prisioneiro de um
corpo material, desfruta em sua plenitude as alegrias inerentes à vida humana.
Foi por isso que Deus semeou, no vosso turbilhão, esses belos planetas
superiores para os quais os vossos esforços e as vossas tendências vos farão um
dia gravitar, quando estiverdes suficientemente purificados e aperfeiçoados.
Não obstante, não se deduza das
minhas palavras que a Terra esteja sempre destinada a servir de penitenciária.
Não, por certo! Porque, do progresso realizado podeis facilmente deduzir o que
será o progresso futuro, e das melhoras sociais já conquistadas, as novas e
mais fecundas melhoras que virão. Essa é a tarefa imensa que deve ser realizada
pela nova doutrina que os Espíritos vos revelaram.
Assim, pois, meus queridos filhos,
que uma santa emulação vos anime, e que cada um dentre vós se despoje
energicamente do homem velho. Entregai vos inteiramente à vulgarização desse
Espiritismo, que já deu início à vossa própria regeneração. É um dever fazer
vossos irmãos participarem dos raios dessa luz sagrada. À obra, portanto, meus
caros filhos! Que nesta reunião solene, todos os vossos corações se voltem para
esse alvo grandioso, de preparar para as futuras gerações um mundo em que
felicidade não seja mais uma palavra vã."
FRANÇOIS-NICOLAS-MADELAINE Cardeal Morlot, Paris, 1863
FRANÇOIS-NICOLAS-MADELAINE Cardeal Morlot, Paris, 1863
E.S.E. Cap. V, item 20 "A Felicidade Não
É Deste Mundo"
No capítulo 19, "Vivência da Felicidade",
do livro Atitudes Renovadas, de Divaldo P. Franco, Joanna de Ângelis mostra-nos que considerar a felicidade como
falta de sofrimento, ausência de problemas e de preocupações, é um conceito
destituído de legitimidade, porque se
pode experenciar bem estar, felicidade, em situações de dor, assim como diante
de problemas e de desafios. Joanna de
Ângelis no diz que a felicidade é um estado emocional, na qual as questões
externas, mesmo quando negativas, não conseguem modificar o sentimento de
harmonia. Dentre as atitudes que devemos
ter em mente e praticar para conduzirmos melhor nossa existência inclui o discernimento a respeito dos
significados da existência terrestre para permitir a compreensão das
ocorrências durante a vilegiatura humana, como também entender as situações das
outras pessoas, suas dificuldades emocionais e seus problemas de
relacionamento, especialmente em relação a si mesmo, constituindo um modelo de
auto preservação de decepções e de conflitos na área do comportamento social,
ademais de levar em consideração a transitoriedade de tudo.
Excelente resumo!
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