Mortes Coletivas - Razão Regeneradora (21 de agosto)

Flagelos Destruidores

     Q. n° 737. Com que fim Deus castiga a Humanidade com flagelos destruidores?
      — Para fazê-la avançar mais depressa. Não dissemos que a destruição é necessária para a regeneração moral dos Espíritos, que adquirem em cada nova existência um novo grau de perfeição? E necessário ver o fim para apreciaras resultados. Só julgais essas coisas do vosso ponto de vista pessoal, e as chamais de flagelos por causa dos prejuízos que vos causam; mas esses transtornos são frequentemente necessários para fazer com que as coisas cheguem mais prontamente a uma ordem melhor, realizando-se em alguns anos o que necessitaria de muitos séculos.(...)

   Q n° 741. E dado ao homem conjurar os flagelos que o afligem?
     — Sim, em parte, mas não como geralmente se pensa. Muitos flagelos são as consequências de sua própria imprevidência. Á medida que ele adquire conhecimentos e experiências, pode conjurá-los, quer dizer, preveni-los, se souber pesquisar-lhes as causas. Mas entre os males que afligem a Humanidade, há os que são de natureza geral e pertencem aos desígnios da Providência. Desses, cada indivíduo recebe, em menor ou maior proporção, a parte que lhe cabe, não lhe sendo possível opor nada mais que a resignação à vontade de Deus. Mas ainda esses males são geralmente agravados pela indolência do homem.
Comentário de Kardec: Entre os flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados em primeira linha a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais à produção da terra. Mas o homem não achou na Ciência, nos trabalhos de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos e nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, os meios de neutralizar ou pelo menos de atenuar tantos desastres? Algumas regiões antigamente devastadas por terríveis flagelos não estão hoje resguardadas? Que não fará o homem, portanto, pelo seu bem-estar material, quando souber aproveitar todos os recursos da sua inteligência e quando, ao cuidado da sua preservação pessoal, souber aliar o sentimento de uma verdadeira caridade para com os semelhantes? "    
Livro dos Espíritos
“Avança a hora, a hora marcada no grande e perpétuo relógio do infinito, a hora na qual vai começar a operar-se a transformação de vosso globo, para o fazer gravitar rumo à perfeição. Muitas vezes vos foi dito que os mais terríveis flagelos dizimariam as populações; não é preciso que tudo morra para se regenerar? Mas, o que é isto? A morte não é senão a transformação da matéria; o Espírito não morre, apenas muda de habitação.
Observai e vereis começar a realização de todas essas previsões.
Oh! como são felizes aqueles que nessas terríveis provações foram tocados pela fé espírita sincera! Permanecem calmos no meio da tormenta, como o marinheiro aguerrido em meio à tempestade.
Eu, neste momento personalidade espiritual, muitas vezes sou acusado de brutalidade, de dureza e de insensibilidade pelas personalidades terrestres!... É verdade, contemplo com calma todos esses flagelos destruidores, todos esses terríveis sofrimentos físicos. Sim, atravesso sem me comover todas essas planícies devastadas, juncadas de restos humanos! Mas se o posso fazer, é que minha visão espiritual vai além desses sofrimentos e, antecipando-se ao futuro, ela se apoia no bem-estar geral que será a consequência desses males passageiros para a geração futura, para vós mesmos, que fareis parte dessa geração e que, então, recolhereis os frutos que tiverdes semeado.
Espírito de conjunto, olhando do alto de uma esfera onde habita (muitas vezes ele fala de si na terceira pessoa), seu olhar fica em branco; entretanto, sua alma palpita, seu coração sangra em face de todas as misérias que a Humanidade deve atravessar, mas a visão espiritual repousa do outro lado do horizonte, contemplando o resultado que será a sua consequência certa.
A grande emigração é útil e aproxima-se a hora em que deve efetuar-se... ela já começa... A quem será fatal ou proveitosa? Olhai bem, observadores; considerai os atos desses exploradores dos flagelos humanos, e distinguireis, mesmo com os olhos do corpo, os homens predestinados à decadência. Vede-os ávidos de honras, inflexíveis no ganho, presos, como sua vida, a todas as posses terrenas, e sofrendo mil mortes pela perda de uma parcela do que, entretanto, precisarão deixar... Como será terrível para eles a pena de talião, porquanto, no exílio que os espera, lhes recusarão um copo de água para estancar a sede!... Olhai-os e neles reconhecereis, sob as riquezas que acumulam à custa dos infelizes, os futuros humanos decaídos! Considerai seus trabalhos, e vossa consciência vos dirá se esses trabalhos devem ser pagos lá no alto, ou aqui em baixo! Olhai-os bem, homens de boa vontade, e vereis que o joio começa, desde esta Terra, a ser separado do bom grão.
Minha alma é forte, minha vontade é grande! – Minha alma é forte porque sua força é o resultado de um trabalho coletivo de alma a alma; minha vontade é grande porque tem como ponto de apoio a imensa coluna formada por todos os sentimentos de justiça e de bem, de amor e de caridade. Eis por que sou forte, eis por que sou calmo para olhar; eis por que seu coração, que bate quase a estourar em seu peito, não se comove. Se a decomposição é o instrumento necessário da transformação, assiste ó minha alma, calma e impassível, a essa destruição!”  
REVISTA ESPÍRITA DE JULHO DE 1867 (Sociedade de Paris, 21 de junho de 1867 – Médium: Sr. Morin, em sonambulismo espontâneo)
“Nada se faz sem uma finalidade inteligente, e tudo o que acontece tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos atingem, sempre encontrarias nelas a razão divina, razão regeneradora, e vossos miseráveis interesses representariam umas considerações secundárias, que relegaríeis ao último plano.”
E. S. E. Cap. V, item 21

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