Inimigos desencarnados * Obsessão (8 de julho)

”Amai os vossos inimigos, fazei bem ao que vos odeia, e orai pelos que vos perseguem e caluniam, para serdes filhos de vosso Pai, que está nos céus…”
ESE Cap. XII-item1
O Espírita…
“Sabe ainda que a morte só pode livrá-lo da presença material do seu inimigo, e que este pode persegui-lo com o seu ódio, mesmo depois de haver deixado a Terra.”
ESE Cap. XII-item 5

Escreveu um amigo, um pequeno capitulo dedicado à obsesão, pequeno em tamanho, mas rico em conteúdo, do qual ficam aqui algumas ideias...

"Por definição, uma obsessão é «o domínio que alguns espíritos logram adquirir sobre certas pessoas», domínio nocivo («O Livro dos Médiuns», cap. XXIII, 237).

Aponta Allan Kardec três géneros, de acordo com o grau de envolvimento: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.

A obsessão simples «verifica-se quando um espírito malfazejo se impõe a um médium, intromete-se contra a sua vontade nas comunicações que ele recebe, o impede de se comunicar com outros espíritos» (ponto 238 do livro citado). Não se esgotando na mediunidade ostensiva, qualquer pessoa está a sujeita a este tipo de obsessão, quanto mais não seja por uma questão de afinidade de atitudes, pensadas ou praticadas. Mas, se esclarecida, desliga-se dessa obsessão sem grande dificuldade.

A fascinação é mais difícil de resolver. O fascinado repele qualquer opinião contrária e jamais se autocritica. «Trata-se de uma ilusão criada diretamente pelo espírito no pensamento do médium e que paralisa de certa maneira a sua capacidade de julgar as comunicações», escreve Allan Kardec no livro já referido. Mais adiante, informa que «o espírito dirige a sua vítima como se faz a um cego, podendo levá-lo a aceitar as doutrinas mais absurdas e as teorias mais falsas como sendo as únicas expressões da verdade». Quem for mais propenso à vaidade e pouco habituado a autocriticar-se é sério candidato. Saber lidar tranquilamente com as críticas que outros nos façam, justas ou não, é um bom exercício.
Sobre este tipo de obsessão, Herculano Pires comenta: «A fascinação é mais comum do que pensa. No meio espírita ela manifesta-se de maneira ardilosa através de uma avalancha de livros comprometedores, tanto psicografados como sugeridos a escritores vaidosos, ou por meio de envolvimento de pregadores e dirigentes de instituições que se consideram devidamente assistidos para criticarem a doutrina e reformularem os seus princípios».


Na subjugação - indevidamente apelidada possessão, já que este termo sugere a existência de espíritos eternamente votados ao mal e veicula a ideia de posse do corpo por um espírito que não o próprio encarnado, quando o que acontece é um constrangimento - há até praticamente uma imposição física, levando eventualmente os subjugados aos atos mais ridículos em público ou dolorosos."

Para a desobsessão:
"Não há quaisquer rituais ou fórmulas, mas apenas diálogo fraterno, objetivando o bem-estar de todos os envolvidos, tão-somente com o “salário” rigoroso da alegria de ser útil, e apenas isso. 

Para além das sombras envolvidas, a obsessão evidencia-se como um estímulo de grande valor para a caminhada evolutiva. Por ela somos advertidos da responsabilidade de viver, do sentido de fraternidade que nos liga a todos como uma família imensa. Se temos agora o assédio de um espírito que agredimos no passado, eis que dispomos de possibilidades preciosas de nos reajustarmos ajudando-o a ser mais feliz. Amadurecemos à medida que mais descobrimos a alegria de perdoar, querendo bem aos desafetos que criámos antes. Os espíritos esclarecidos ensinam que os nossos maiores inimigos de hoje, amanhã serão devotados benfeitores." 
"Além do Véu", Jorge Gomes

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Literatura Espírita

Ciúme (17 janeiro)