Por que Sofremos? (24 de Fevereiro)

"Felizes os que choram, porque serão consolados" (Mateus 5:4)


"A vida na Terra é uma luta constante. Desde que nascemos, ou renascemos, até a desencarnação, estamos sempre diante de dificuldades, desafios, obstáculos a vencer. Por que é assim? A causa da dor tem sido motivo de estudos, pesquisas dos pensadores em todas as épocas. A Doutrina Espírita ensina-nos que o sofrimento é o preço da evolução espiritual, do desenvolvimento das nossas potencialidades. Toda a vida da natureza em evolução está baseada numa espécie de sofrimento sadio. O embrião ao romper a casca, na germinação, atravessar a terra em busca da luz do sol, lembra trabalho, luta, uma espécie de sofrimento. Se um ferimento não causasse dor, certamente seria difícil manter a integridade do corpo físico. Não receberíamos os avisos indispensáveis para cuidarmos da parte lesada. A dor física acusa algum distúrbio, algo a funcionar mal na máquina orgânica. A dor moral (medo, angústia, ansiedade, insegurança, etc.) indica desequilíbrios no Espírito, na individualidade. Ambas as dores servem para informar que algo não está bem e que precisa ser corrigido.

Jesus promete felicidades aos que sofrem. Serão consolados, compensados. O resultado prometido pelo Mestre ocorrerá num futuro próximo, ou mais distante. Nesta vida, ou no plano espiritual, ou em vidas futuras. Com a experiência, o aprendizado, a depuração daí decorrente nos fará melhores entendedores da Lei Divina. Ensinar-nos- á a viver de acordo com a Lei, consequentemente, em harmonia, paz e segurança.
A causa da dor - A Doutrina Espírita nos esclarece que o sofrimento pode ser expiação, provação ou missão.
A mensagem do Espiritismo aos que sofrem é a mesma de Jesus, no Evangelho. O Mestre nos convida: "Vinde a mim, todos vós que vos encontrais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei".
Ir a Jesus é procurar conhecer e seguir os seus ensinamentos. Esforçar-se para viver conforme Ele ensinou. É o estudo e o trabalho no bem. Estudo é a informação, a seta que indica o caminho. Mas só saber a direção a tomar, e não caminhar não adianta. É preciso experimentar, fazer como Ele nos ensinou. Se procurarmos agir assim, iremos encontrando o equilíbrio, a paz e o alívio para as nossas dores. Se ainda não estamos recebendo tais benefícios é porque ainda não nos empenhamos em praticar o que o Mestre nos ensinou, no Evangelho. Estamos, ainda, só na teoria, só na informação. Somos cristãos de rótulo, simples teóricos. Quando a vida nos oferece as situações para experimentarmos os princípios cristãos (tolerância, indulgência, perdão, auxílio desinteressado ao próximo) fracassamos porque aqueles princípios são em nós, apenas teoria. Não foram conscientizados, apreendidos verdadeiramente.
À medida em que atendermos o amável convite de Jesus, vivendo seus ensinamentos, estaremos encontrando o alívio desejado para as nossas dores."
José Argemiro da Silveira
(Escritor e orador espírita, escreve para o jornal "Verdade e Luz")

A dor faz parte do crescimento, do percurso evolutivo, sentimos dor ao nascer, e em tantas, tantas outras ocasiões da nossa existência terrena e, por vezes, ao desencarnar... lá está a dor, que nos fará regressar à pátria espiritual. Trata-mo-la como uma estranha, não obstante o facto de nos acompanhar toda a vida e quando olhamos para trás, quando pensamos no que somos, nos homens em que nos tornámos reconhecemos na dor a professora que nos proporcionou as mais importantes lições.

Por que sofremos?

Porque necessitamos, como sofre a borboleta para romper a crisália e poder voar, privados da dor, privados do esforço jamais voaríamos com o mérito da força das nossas asas. 
Um dia seremos anjo... hoje somente borboletas que necessitam da metamorfose que lhes permite deixarem de ser lagartas e almejarem o voo num lindo colorido de asas.

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