"Educar para a vida" (2 de junho)

Segundo a doutrina Espirita, educador não é somente aquele que fala do púlpito (sacerdotes e religiosos) ou da tribuna (oradores, professores ou intelectuais), mas qualquer pessoa que, pelo processo das explicações ou das experiências procura passar ensinamentos e princípios intelectuais e morais úteis para outrem, e neste sentido estão incluídos os primeiramente os pais, mas também os avós ou quaisquer outras pessoas que transmitam algum ensinamento que possa formar ou modificar, e, melhorar a conduta da criança ou do jovem, seja intelectualmente ou moralmente.

“(...) Há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência económica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar caracteres, aquela que cria os hábitos, porque educação é o conjunto de hábitos adquiridos. Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si mesmo e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisso está o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança de todos.” (ALLAN KARDEC, em L.E., Comentário à Q.685a)

Mas é sobretudo aos pais que compete a principal tarefa.

Ao assumirmos a enorme responsabilidade de paternidade/maternidade, não nos comprometemos apenas em proporcionar a vinda à Terra de um espírito que será nesta vida nosso filho (a), o nosso compromisso é bem maior, é o de educar, polir o seu caráter ajudá-lo a crescer tornando-se um ser melhor.
Não criamos um filho para nós, mas para o mundo, para a vida, para que viva de forma mais responsável a sua vida.
Desta forma a nossa responsabilidade ultrapassa as fronteiras do lar, uma vez que os nossos filhos serão os homens de amanhã, os governantes, os trabalhadores, os criativos, os operários, os professores... 
Se responsáveis, entendemos o nosso compromisso com Deus, com as suas leis. Ser pai, ser mãe é colaborar com Deus na construção Divina.

São chegados os tempos de mudança. As nossas crianças mudaram, por que é que continuamos a querer educa-las da mesma forma que fomos educados. 
Não existe um peso e uma medida, a não ser a do amor, pois no que concerne à educação cada criança exige um tratamento diferente, um entendimento diferente. 
Por isso, para além de serem amadas desde antes do berço, devem ser estudadas, observadas, nos seus comportamentos, reações, todas as manifestações de afeto e desafeto. 
Se não conhecermos o caráter dos nossos filhos como vamos trabalha-lo, se esperarmos que cresçam...passa do ponto!

Quantas vezes pensamos que dizer Não, é muitas vezes mais sábio e benéfico do que dizer Sim?

Educar para a vida é dar-lhes condições de pensar, refletir conhecendo a realidade que os rodeia. Com amor, mas também com verdade.

É isto que nós devemos aos nossos filhos...presença, amor, compreensão, paciência. Educa-los na fé raciocinada, no comportamento reto, nos ensinamentos de Jesus. Sem nunca esquecer que se a nossa palavra, não for acompanhada do exemplo ela surtirá muito pouco efeito e a responsabilidade dessa ineficácia é nossas (pais).

Educar um filho sem qualquer religiosidade, apenas com os princípios do materialismo, é cria-lo vulnerável para a vida, sem uma estrutura moral que o sustente quando chegarem as tribulações da vida pois, eles não serão pequenos para sempre...

Muitas vezes ouvimos dizer:
"Não vou incutir nenhuma crença ao meu filho, ele que escolha quando crescer!"

Afirmativa que suscita algumas questões como por exemplo: 
Como é que alguém escolhe o que não conhece?
Por que é que não temos problemas em incutir gostos futebolísticos, partidários, etc... mas não queremos incutir religiosidade?
Será que nós fomos educados para a vida? Educados para educar?

Talvez seja esse o ponto de partida, vamo-nos educar, trazer as lições do Cristo para o nosso coração, para o nosso lar, para os nossos filhos.

A vacina para a depressão e tantos outros males da alma está na nossa educação moral, no auto-amor, na alegria de viver...


Disse o Cristo: “Deixai vir a mim os pequeninos”. 

Digamos hoje: Obrigada Senhor, pelos pequeninos que colocaste no meu caminho, ajuda-me a honrar o compromisso da paternidade/maternidade, com todo o amor e energia do meu ser...

Sausações fraternas

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