O lado espiritual das reuniões públicas na Casa Espírita (30 de junho)

Toda as Casas Espíritas têm um espaço destinado à realização de reuniões públicas. São abordadas várias temáticas em palestras doutrinárias, sempre fundamentadas nos ensinamentos contidos nas obras da codificação, principalmente no Evangelho Segundo o Espiritismo, pelo seu profundo cunho moral assente nos ensinamentos do Cristo.
Este recinto recebe da Espiritualidade o cuidado compatível com a importância das tarefas ali desenvolvidas. Espíritos especializados magnetizam o ambiente e o preservam e renovam constantemente, propiciando uma psicoesfera salutar, consoante informa Manoel Philomeno de Miranda.

“(...) antes mesmo que se definissem os planos da edificação material da Casa, foram tomadas medidas no que dizia respeito aos contingentes magnéticos no local e outras providências especiais. Ergueu-se, posteriormente, o Núcleo, em cuja construção se observaram os cuidados de zelar pela aeração, conforto sem excesso, preservando- se a simplicidade e a total ausência de objetos e enfeites que não os mínimos indispensáveis móveis e utensílios para o seu funcionamento... Todavia, nos respectivos departamentos reservados à câmara de passes, recinto mediúnico e sala de exposições doutrinárias, foram providenciadas aparelhagens complexas e com finalidades específicas, para cada mister apropriadas, no plano espiritual.” (O Espírito Manoel Philomeno de Miranda no cap. 21 do livro "Tramas do Destino" )

"Um outro ponto a considerar é que sendo um local de tratamento das almas enfermas, que somos quase todos nós, é imprescindível que os recursos do “laboratório do mundo invisível” sejam mobilizados e acionados para o atendimento espiritual. Os Espíritos especializados fazem, portanto, a triagem dos desencarnados que irão entrar, sempre visando os que estão em condições de ser beneficiados, mas outros são momentaneamente afastados de suas vítimas enquanto estas permanecem no Centro. Em decorrência, grande é o número de entidades que ficam postadas do lado de fora da Casa, como que aguardando permissão para entrar ou interessados em achar alguma brecha nas defesas magnéticas com o intuito de causarem perturbações. Mesmo estes não ficam sem a ajuda do Alto, pois aparelhagem especial transmite a palavra dos expositores amplificando-lhes a voz. No transcurso da exposição doutrinária grande amparo é prestado ao público. Equipes especializadas atendem aos que apresentarem condições espirituais-mentais favoráveis, receptivas, medicando- os e, até mesmo, realizando cirurgias espirituais. Por outro lado, a aproximação de entidades benfeitoras junto aos encarnados torna-se mais fácil pela natureza do ambiente e por estarem estes com o pensamento voltado para os ensinos clarificadores da Doutrina, o que lhes modifica, temporariamente, os panoramas mentais, favorecendo o otimismo e a renovação interior. Concomitantemente, os “espíritos arquitetos”, muitas vezes, utilizam dos recursos dos painéis fluídicos que “dão vida” aos comentários do expositor, favorecendo o entendimento dos desencarnados presentes. Isto, aliás, acontece em palestras sempre que o ambiente favoreça. Toda essa programação, todavia, só se realizará se o Centro Espírita tiver o seu ambiente preservado de quaisquer frivolidades e mercantilismo; de intrigas e personalismo; se ali se cultivar a conversação sadia e edificante; se naquele local se praticar a verdadeira caridade e o estudo sério, e onde as principais metas sejam esclarecer, aliviar e consolar as almas que por ali aportarem, colocando-se assim à altura da proteção dos Espíritos Superiores. "( Artigo relacionado-"Dimensões espirituais do Centro Espírita" de Suely Caldas Schubert)

"Colaboração Espiritual"
Em sua condição de movimento renovador das consciências, a Nova Revelação vem despertar o homem para o lugar determinado que a Providência lhe confere, esclarecendo-o, acima de tudo, de que o egoísmo, filho da ignorância e responsável pelos desvarios da alma, é perigosa ilusão. Trazendo-nos a chave dos princípios religiosos, vem compelir-nos à observância das leis mais simples da vida, revelando-nos o impositivo de colaboração a que não conseguiremos fugir. A vida, pródiga de sabedoria em toda parte, demonstra o princípio da cooperação, em todos os seus planos.
O verme enriquece a terra e a terra sustenta o verme. A fonte auxilia as árvores e as árvores conservam a fonte. O solo ampara a semente e a semente valoriza o solo. As águas formam as nuvens e a nuvens alimentam as águas. A abelha ajuda a fecundação das flores e as flores contribuem com as abelhas no fabrico do mel.
Um pão singelo é gloriosa síntese do trabalho de equipe da natureza. Sem as lides da sementeira, sem as dádivas do Sol, sem as bênçãos da chuva, sem a defesa contra os adversários da lavoura, sem a assistência do homem, sem o concurso do moinho e sem o auxílio do forno, o pão amigo deixaria de existir.
Um casaco inexpressivo é fruto do esforço conjugado do fio, do tear, da agulha e do alfaiate, solucionando o problema da vestidura.
Assim como acontece na esfera das realizações materiais, a Nova Revelação convida-nos, naturalmente, a refletir sobre a função que nos cabe na ordem moral da vida. Cada criatura é peça significativa na engrenagem do progresso. Todos possuímos destacadas obrigações no aperfeiçoamento do espírito. Alma sem trabalho digno é sombra de inércia no concerto da harmonia geral. Cérebros e corações, mãos e pés, em disponibilidade , palavras ocas e pensamentos estanques constituem congelamento deplorável do serviço da evolução.
A vida é a força divina que marcha para diante. Obstruir-lhe a passagem, desequilibrar-lhe os movimentos, menoscabar-lhe os dons e olvidar-lhe o valor é criar aflição e sofrimento que se voltarão, agora ou mais tarde, contra nós mesmos.
Precatem-se, portanto, aqueles que julgam encontrar na mensagem do Além o elixir do êxtase preguiçoso e improdutivo.
O mundo espiritual não abriria suas portas para consagrar a ociosidade.
As almas que regressam do túmulo indicam a cada companheiro da Terra a importância da existência na carne, acordando-lhe na consciência não só a responsabilidade de viver, mas também a noção do serviço incessante do bem, como norma de felicidade imperecível. (Francisco Cândido Xavier. Da obra: Roteiro, Ditado pelo Espírito Emmanuel)

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