Homem de Bem – Objectivo a atingir (1 de setembro)

“O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade em sua maior pureza. Se interroga a consciência sobre os seus próprios atos, pergunta a si mesmo se não violou essa lei; se não fez o mal e se fez todo o bem que podia; se negligenciou voluntariamente uma ocasião de ser útil; se ninguém tem o que reclamar dele; enfim, se fez a outrem tudo o que quereria que se fizesse para com ele.
Tem fé em Deus, em sua bondade, em sua justiça e em sua sabedoria; sabe que nada ocorre sem Sua permissão e se submete, em todas as coisas, à Sua vontade.
Tem fé no futuro; por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
O homem, possuído de sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, retribui o mal com o bem.
E encontra satisfação nos benefícios que derrama, nos serviços que presta, nos felizes que faz, nas lágrimas que seca, nas consolações que dá aos aflitos. Seu primeiro movimento é de penar nos outros antes de pensar em si, de procurar o interesse dos outros antes do seu próprio.
Em todas as circunstâncias, a caridade é seu guia.
Não tem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança.
É indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência.
Não se compraz em procurar os defeitos alheios, nem em colocá-los em evidência. Se a necessidade a isso o obriga, procura sempre o bem que pode atenuar o mal.
Estuda as próprias imperfeições e trabalha, sem cessar, em combatê-las.
Não se envaidece nem com a fortuna, nem com as vantagens pessoais, porque sabe que tudo o que lhe foi dado, pode lhe ser retirado.
O homem de bem, enfim, respeita em seus semelhantes todos os direitos dados pelas leis da Natureza, como gostaria que os seus fossem respeitados.(E.S.E. Cap. XVII).

No entanto sabemos que carregamos diversas imperfeições de caráter. No nosso dia a dia, ao vivenciarmos certas situações, ainda somos individualistas, impulsivos e agressivos, julgamos sem tolerância as pessoas que mais amamos ou rejeitamos aquelas outras que nos contrariam, não conseguimos compreender ou aceitar a opinião alheia, tantas vezes desejamos que, primeiramente, o “mundo” atenda as nossas necessidades, para somente depois pensarmos nas necessidades daqueles com os quais convivemos, somos sempre tão rápidos para reclamar e tão lentos para agradecer, além de produzirmos uma infinidade de pensamentos pessimistas, que acabam por prejudicar a própria qualidade de vida. Quando paramos para pensar se realmente somos “ Um Homem de Bem” e achamos que sim claro, e ao começarmos entender o que implica os ensinamentos que nos traz o Cap. XVII do E. S. E. Imediatamente nos vem o pensamento: “é muito difícil, senão impossível, ser tudo isso!”. Encontramos então no Livro dos Espíritos no Cap. 8 da Lei do Progresso a seguinte informação:

“Q.776. O estado natural e a lei natural são a mesma coisa?
- Não; o estado natural é o estado primitivo. A civilização é incompatível com o estado natural, enquanto a lei natural contribui para o progresso da Humanidade.
Comentário de Kardec: O estado natural é a infância da Humanidade e o ponto de partida do seu desenvolvimento intelectual e moral. O homem, sendo perfectível e trazendo em si o germe de seu melhoramento, não foi destinado a viver perpetuamente na infância. O estado natural é transitório e o homem o deixa pelo progresso e a civilização. A lei natural, pelo contrário, rege toda a condição humana e o homem se melhora na medida em que melhor compreende e melhor pratica essa lei.”(L. E.)


A perfeição é o grande objetivo do Espírito e se processa, naturalmente, com a subida de vários degraus evolutivos. Quem evolui, renova-se para o bem, transforma-se para melhor.(“O pensamento de Emmanuel” de Peralva Martins.)

“O Espiritismo é uma doutrina que nos coloca no dever de sempre caminhar. Não nos pede santidade para abraçar a tarefa educativa. Pede-nos apenas caminhar, e, a cada passo dado no rumo do progresso, surge o convite do trabalho dentro do que já conquistamos, abrindo oportunidades de adquirir as virtudes que ainda não trazemos na alma. O erro não está em ter imperfeições, mas em algemar-se à preguiça e não buscar melhorar-se.” (Livro “ Um desafio chamado família” de Josmar Zanolini Nazareth, escritor espírita )

"Conforme uma das mais belas asserções de Kardec: ‘Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações”. (E.S.E. cap XVII, item 4).



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