As relações, base para o exercício dos sentimentos (31 de maio)

"O dever é a obrigação moral, primeiro para consigo mesmo, e depois para com os outros. O dever é a lei da vida: encontramo-lo nos mínimos detalhes, como nos atos mais elevados. Quero falar aqui somente do dever moral, e não do que se refere às profissões.
Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de ser cumprido, porque se encontra em antagonismo com as seduções do interesse e do coração. Suas vitórias não têm testemunhas, e suas
derrotas não sofrem repressão. O dever íntimo do homem está entregue ao seu livre arbítrio: o aguilhão da consciência, esse guardião da probidade interior, o adverte e sustenta, mas ele se mostra frequentemente impotente diante dos sofismas da paixão. O dever do coração, fielmente observado, eleva o homem. Mas como precisar esse dever? Onde ele começa? Onde acaba? O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo, e termina no limite que não desejaríeis ver transposto em relação a vós mesmos."

(E. S. E. Cap. 17, item 7)

"Sentimentos"

"Os sentimentos expressam a capacidade que possui o ser humano de conhecer, de compreender, de sentir e compartir as emoções que o vitalizam nas suas diversas ocorrências existenciais.
São os mecanismos que conduzem a Humanidade ao longo do processo evolutivo, através do qual o Self adquiriu o conhecimento e experienciou as conquistas que lhe exornam a realidade.  
Inseridos no sistema nervoso central, respondem pela afetividade e pelo comportamento, nutridos por moléculas específicas que são produzidas pelos neurónios cerebrais, ti-pificando os diferentes biótipos humanos através das suas emoções.
Quando se encontram sob o comando da vontade dignificada, os sentimentos constituem instrumentos valiosos para equipar o indivíduo de equilíbrio e conduzi-lo aos fins que persegue.
São os sentimentos que dulcificam ou tornam a existência amarga, dependendo dos direcionamentos que lhes são aplicados.
Max Scheller, estudando os sentimentos, relacionou--os com a ideia de valor, graças ao que os mesmos orientam para a opção em torno daquilo a que se atribui significado. De início, ainda segundo ele, esses valores são destituídos de conteúdos, que são descobertos depois, atribuindo-lhes significado intelectual. Desse modo, esses sentimentos podem ser superiores, quando se referem às realizações nobres, a justiça, a beleza, o amor, a ciência, a abnegação, o bem, etc, ou inferiores, quando se fazem acompanhar das sensações de natureza física, tais o prazer sensual, a ambição da posse, a inveja, o ciúme...
Freud considerava os sentimentos como produtos sublimados das tendências psicofisiológicas, portanto, de significado meramente orgânico. Outras tendências procuram explicar os sentimentos conforme as várias escolas neurológicas, fisiológicas, atribuindo-lhes significados pertinentes aos seus contextos...
No princípio do processo evolutivo, porém, eles se encontram em germe nos instintos agressivos ou primários, que os vão liberando até o momento em que passam a exercer atividades especiais na conduta, direcionando as aspirações e os anseios para o belo, o nobre, o bom e o elevado. São eles que facultam a compreensão da dignidade através da cooperação da razão e da consciência, produzindo os vínculos que unem os seres uns aos outros e propiciam o entendimento das necessidades dos relacionamentos, da busca de união e entrosamento, porque, estando isolado, o ser se perturba e se consome.
A aridez do instinto, a fertilidade do sentimento enriquece o ser humano, dando-lhe empatia para lutar e coragem para vencer, mesmo quando as dificuldades se apresentam mais desafiadoras. Sob o seu comando, quanto mais desenvolve a capacidade de compreender e de sentir, mais amplia os horizontes do amar e do servir.
Entre os animais, manifestam-se esses sentimentos sem a presença do discernimento nem da razão, mas através de impulsos, que são os pródromos da emoção que, desse modo, os conduzem à afetividade por aqueles que os cuidam e mantêm, aguçando-lhes a percepção de valores que, embora não decodificados pela consciência ainda embrionária, os propelem a inúmeras expressões que traduzem a sensibilidade em desenvolvimento.
Trabalhando-se os instintos e corrigindo lhes o direcionamento, ossentimentos substituem-nos na sua maioria e alimentam de emoção superior aqueles que são primordiais e essenciais à existência física, sem inibirem ou perturbarem as emoções que são um passo avançado na escala do progresso.
Quando ainda se mesclam os instintos e os sentimentos, permanecendo os primeiros em predominância em a natureza humana, destacam-se o tormento egoista, a necessidade de dominação, os impulsos inerentes ao primarismo, o desbordar do ódio e da vingança, as expressões asselvajadas da ira e da cólera, do ciúme e da perseguição, a inveja, o ressentimento, que traduzem o grau em que se situa a criatura, ainda sem o comando da razão.
E quando se tratam de pessoas portadoras de alto grau de raciocínio e conhecimento, que se comportam com essas características, são os instintos que as governam e não os sentimentos de elevação, que a razão estimula.
Desenvolvendo as aptidões da afetividade, surgem os impulsos da amizade e da compreensão, do dever e da fraternidade, da bondade e da abnegação, das aspirações pela conquista do conhecimento, da Arte, da Ciência, do pensamento filosófico...
Posteriormente esses impulsos iniciais se transformam em conquistas que se inserem no comportamento emocional. Como consequência, os vazios que decorrem da não predominância da natureza animal são preenchidos pelos ideais,
aos quais o indivíduo oferece a própria vida quando necessário, por compreender o significado da luta e da existência.
O pensamento, rompendo as barreiras da ignorância, superando a densidade da sombra, inevitavelmente se adorna de emoções, ensejando que os sentimentos do amor passem a constituir o objetivo a ser alcançado, vencendo, etapa a etapa, as manifestações primárias pelas quais se apresenta até conseguir alcançar os patamares do sacrifício, da renúncia, da abnegação e da doação total.
Apesar do alto significado que possuem os sentimentos, torna-se necessário que a razão sempre os conduza, de forma que não se transformem em desarmonia, se comandados pelo desejo egoísta ou se façam áridos, porque as suas tentativas iniciais de plenitude não encontraram ressonância no mundo objetivo, proporcionando os prazeres que se aguardavam.
Os sentimentos são precioso capítulo da existência humana, na qual o Self trabalha os conteúdos profundos do psiquismo, buscando harmonizá-los com as manifestações do ego de tal maneira que, razão e emoção constituam o binómio a ser bem conduzido pelo pensamento, que não se deve desbordar em aspirações exageradas ou desinteresse esquizoide.
Decodificados e conduzidos por alguns neuropeptíde-os, os sentimentos se originam no Selfe se exteriorizam pelos condutores neurais, expressando-se por todo o organismo físico e emocional, passando a exercer um papel de grande relevância nos processos da saúde, pelas altas cargas de que se revestem em razão da conduta mental do indivíduo.
À medida que o ser humano evolui maior se torna a sua capacidade espiritual de externar os sentimentos que lhe exornam as estruturas íntimas, ampliando a capacidade de entendimento da vida e dos seus conteúdos mais variados, profundos e superficiais, graves e sutis, que são todo o património alcançado ao largo do inevitável processo antropossociopsicológico.

Pode-se medir, portanto, o grau de adiantamento moral do indivíduo pelos sentimentos de que se faz portador e que expressa no seu dia a dia." 

Livro "Triunfo Pessoal" de Divaldo Franco Pelo Espírito Joanna de Angelis" 

"AMOR, IMBATÍVEL AMOR"

" O amor é substância criadora e sustentadora do Universo,constituído por essência divina.
 É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte.  Mais se agiganta, na razão que mais se doa.
Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia. Nunca perece, porque não se entibia nem se enfraquece, desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida.

 Assim como o ar é indispensável para a existência orgânica, o amor é o oxigénio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver.
É imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas."
Livro"Amor,Imbatível Amor" de Divaldo Franco Pelo Espírito Joanna de Angelis" 

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