Espiritismo e Genética (14 de junho)

"O progresso é uma das leis da natureza. Todos os seres da Criação, animados e inanimados, estão submetidos a ela, pela bondade de Deus, que deseja que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que parece, para os homens, o fim das coisas, é apenas um meio de levá-las, pela transformação, a um estado mais perfeito, pois tudo morre para renascer, e nada volta para o nada. Ao mesmo tempo em que os seres vivos progridem moralmente, os mundos que eles habitam progridem materialmente. Quem pudesse seguir um mundo em suas diversas fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos da sua constituição, o veria percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas em graus insensíveis para cada geração, e oferecer aos seus habitantes uma morada mais agradável, à medida que eles também avançam na senda do progresso. Assim marcham paralelamente os progressos do homem, o dos animais seus auxiliares, o dos vegetais e o das formas de habitação, porque nada fica estacionário na natureza. Quanto esta ideia é grandiosa e digna da majestade do Criador! E como, ao contrário, é pequena e indigna do seu poder aquela que concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia da Terra, e restringe a humanidade a algumas criaturas que o habitam!
A Terra, seguindo essa lei, esteve material e moralmente num estado inferior ao de hoje, e atingirá, sob esses dois aspectos, um grau mais avançado. Ela chegou a um de seus períodos de transformação, e vai passar de mundo expiatório a mundo regenerador. Então os homens encontrarão nela a felicidade, porque a lei de Deus a governará."
E. S. E. Cap. III, item 19


INTRODUÇÃO do Livro "ESPIRITISMO E GENÉTICA" de Eurídedes Kühl, podemos encontrar:
"Este é apenas um apontamento leigo sobre Biogenética, com enfoques espíritas.
Tenho plena noção do quanto posso: pouco! É pequena, quase nula, minha condição, para passeios intelectuais no altiplano da Ciência. Contudo, socorre-me a infantil história daquele passarinho, cujo comportamento imito, que em incansáveis viagens apanhava água no lago e despejava-a no incêndio na floresta; perguntado-lhe se pretendia apagar o fogo, respondeu que apenas estava fazendo a sua parte. Também sob responsabilidade da consciência, apelo para a intuição (ferramenta tão deslembrada do ser humano), para ousar a presente obra. Sendo pequena minha capacidade em manusear tal prestimosa ferramenta, repito que aqui estou com um apontamento. Um pequeno apontamento, nada mais. Nossos dias vivem um momento sublime, muito evidenciador de que fazemos parte da humanidade encarnada em cujo tempo a regeneração planetária bate à porta. Sim: estamos vivenciando a transformação da Terra, sendo a Genética um dos mais evidentes vetores desse empuxo. Muitos Espíritos, hoje com a roupagem terrena, consolidam de vez sua permanência neste que em breve será o novo mundo. Outros, em infeliz escolha, tiram no guichê da própria consciência o passaporte de inexorável transferência para mundos menos felizes, onde estagiarão tempos de dor. Até que, regenerados também, voltem a merecer a bênção da paz. Posso ser um deles... Em um ou outro caso. Mundo novo! Não o descoberto por Colombo.Também não naquele Admirável mundo novo, de Aldous Huxley (1894–1963), escritor inglês, que o publicou em 1932, expondo uma visão sombria do futuro da humanidade, à luz dos últimos progressos da Ciência. Preconizava, no romance, a criação em laboratório de tipos específicos de pessoas, para funções predeterminadas. Antevisão da clonagem de seres?! Menos ainda, o descrito pelo ensaísta e também escritor inglês George Orwell (1903–1950), no romance 1984, publicado em 1949, descrevendo uma sociedade totalitária, onde as mínimas ações e até a expressão facial dos indivíduos são vigiadas. O novo mundo a que me refiro é aquele preconizado por Santo Agostinho — a Terra regenerada —, em mensagem mediúnica em Paris, 1862, constante do cap. III, nº 19, de O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec (1804–1869), codificador do Espiritismo. Com fervor na alma, sonhos no coração e cautela na razão, procuro expor singelos comentários, neste primeiro passo, sobre a longa jornada que o futuro nos oferta, rumo às sublimes benesses da Engenharia Genética. Evoluir é lei — Lei divina! O ser humano é um importante elemento no contexto da evolução universal, pois, evoluindo, caminha para seu alcandorado destino: a angelitude! Seria imperdoável pretensão considerar estes apontamentos como fruto amadurecido de raciocínios, reflexões, análises, ou mesmo, experiências. Aqui, em termos de Genética, nenhum desses fatores percorreu a rota integral do conhecimento. Nem por pensadores, nem por pesquisadores. Menos ainda, por “ensaístas amadores”, entre os quais me incluo. Será necessário aos leitores relevar o fato de encontrarem neologismos e termos pouco usados, pois é assim que se expressam os especialistas em Biogenética. Grafias diferentes para um só objeto ou conceito poderão indicar desatenção, mas isso não ocorre: algumas palavras mudam de género,segundo quem as pronuncia, ou o órgão literário que as publica. Assim, encontram-se, por exemplo: • neologismo: sexagem = determinação de sexo;
• dupla grafia: gen/gene; cromossomo/cromossoma; geneterapia/genoterapia; germe/gérmen; 
• denominação diferente para um mesmo conceito: inseminação artificial, fecundação assistida, reprodução assistida; 
• quantidades: há diferenças entre as diversas citações biológicas quanto às quantidades de células do corpo humano, cujas estimativas apontam para a estonteante quantidade de aproximadamente 10 trilhões (mais de 1013)1 de células. 
Feitas as ressalvas, impõe-se desde já me curve, pedindo desculpas, com sincera e humilde modéstia, àqueles aos quais roubei tempo de leitura. Ao escrever estas linhas busquei inspiração na imortal obra do mestre lionês Kardec, a Codificação do Espiritismo, fonte segura para iluminar quaisquer dúvidas do pensamento. Para mim, a motivação foi trabalhar. Se antes disse que meu procedimento era semelhante ao de um bravo passarinho, ocorre-me agora que mais pareço “um grão de areia apaixonado por uma estrela”. Meu vacilante passo objetiva buscar o entendimento do progresso que nos cerca, em alvíssaras de um mundo melhor. Vejo a mão de Deus na Genética! Com toda certeza, esta não é uma obra para especialistas, mas sim, para algumas pessoas que talvez nela encontrem respostas-proposições para cruciantes perguntas, quanto ao futuro da humanidade, e ao seu próprio. 

Antes de finalizar essa já não tão breve introdução cito uma estrofe do imortal Guerra Junqueiro, em Espírito, em Os funerais da Santa Sé, psicografia de América Delgado, 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1992:
´Eu sei que encontrarás inúmeros deslizes, ao ler o que aqui vai escrito, mas, perdoa. Amigo! A inspiração é pássaro que voa tão alto, que nem vê a grima dos juízes. Jesus! Mestre complacente, meigo e generoso, inspire-me a lavrar páginas que não se distanciem tanto da sua Luz, quanto me encontro.´" 
"ESPIRITISMO E GENÉTICA", Eurídedes Kühl. Ribeirão Preto (SP), julho de 1995

"NASCER, MORRER, RENASCER AINDA, PROGREDIR SEM CESSAR, TAL É A LEI."
(Esta frase de quem não se sabe ser a autoria, está gravada no túmulo de Allan Kardec e resume de forma notável a Doutrina Espírita.)

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