Obsessão, como dizer que não? (26 de julho)

Traz-nos o Livro dos Médiuns a seguinte informação:
"Item 237. No número das dificuldades que a prática do Espiritismo apresenta é necessário colocar a da obsessão em primeira linha. Trata-se do domínio que alguns Espíritos podem adquirir sobre certas pessoas. São sempre os Espíritos inferiores que procuram dominar, pois os bons não exercem nenhum constrangimento. Os bons aconselham, combatem a influência dos maus, e se não os escutam preferem retirar-se. Os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender. Se chegarem a dominar alguém, identifica-se com o Espírito da vítima e a conduzem como se faz com uma criança.
A obsessão apresenta característica diversas que precisamos distinguir com precisão, resultantes do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que este produz. A palavra obsessão é portanto um termo genérico pelo qual se designa o conjunto desses fenómenos, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação." (Livro dos Médiuns, Cap. 23 – DA OBSESSÃO)

Na Revista Espirita 1866, entre outros relatos podemos encontrar este:
CURAS DE OBSESSÕES
"Escrevera-nos de Cazères, em 7 de janeiro de 1866:
"Eis um segundo caso de obsessão, que empreendemos e levamos a bom fim durante o mês de julho último. A obsidiada tinha a idade de vinte e dois anos; gozava de uma saúde perfeita; apesar disto, foi de repente vítima de acessos de loucura; seus pais afizeram cuidar por médicos, mas inutilmente, porque o mal, em lugar de desaparecer, tornava-se cada vez mais intenso, ao ponto que, durante as crises, era impossível contê-la. Os pais, vendo isto, segundo o conselho dos médicos, obtiveram sua admissão em uma casa de alienados, onde seu estado não experimentou nenhuma melhora. Nem eles nem a doente jamais se ocuparam do Espiritismo, que mesmo não conheciam; mas tendo ouvido falar da cura de Jeanne R..., da qual convosco conversei, vieram nos procurar para nos pedir se poderíamos fazer alguma coisa por sua infeliz filha. Respondemos que não poderíamos nada afirmar antes de conhecer a verdadeira causa do mal. Nossos guias, consultados em nossa primeira sessão, nos disseram que essa jovem estava subjugada por um Espírito muito rebelde, mas que acabaríamos por conduzi-lo a um bom caminho, e que a cura que se seguiria nos daria a prova da verdade desta afirmação. Em consequência, escrevi aos pais, distantes de nossa cidade 35 quilómetros, que sua filha se curaria, e que a cura não demoraria muito tempo para chegar, sem, no entanto, poder precisar-lhe a época.
 "Evocamos o Espírito obsessor durante oito dias seguidos e fomos bastante felizes por mudar suas más disposições e fazê-lo renunciar a atormentar sua vítima. Com efeito, a doente sarou, como o haviam anunciado nossos guias.
  "Os adversários do Espiritismo repetem sem cessar que a prática desta Doutrina conduz ao hospital. Pois bem! podemos dizer-lhes, nesta circunstância, que o Espiritismo de lá fez sair aqueles que a tinham feito entrar."
Este fato, entre mil, é uma nova prova da existência da loucura obsessional, cuja causa é diferente daquela da loucura patológica, e diante da qual a ciência fracassará enquanto se obstinar a negar o elemento espiritual e sua influência sobre o organismo. O caso aqui é bem evidente: eis uma jovem apresentando de tal modo os caracteres da loucura, que os médicos a desprezaram, e que está curada, a várias léguas de distância, por pessoas que jamais a viram, sem nenhum medicamento nem tratamento médico, e unicamente pela moralização do Espírito obsessor. Há, pois, Espíritos obsessores cuja ação pode ser perniciosa para a razão e a saúde.  Não é certo que se a loucura tivesse sido ocasionada por uma lesão orgânica qualquer, esse meio teria sido impotente? Se se objetasse que essa cura espontânea pode ser devida a uma causa fortuita, responderíamos que se não tivesse a citar senão um único fato, sem dúvida, seria temerário disso deduzir a afirmação de um princípio tão importante, mas os exemplos de curas semelhantes são muito numerosos; não são o privilégio de um indivíduo, e se repetem todos os dias em diversas regiões, sinais indubitáveis de que repousam sobre uma lei natural."
(REVISTA ESPÍRITA, DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS - SOB A DIREÇÃO DE ALLAN KARDEC, ANO 9 - FEVEREIRO 1866 - Nº. 2)

Contudo, são nas attitude e sentimentos daquele que sofre a obseção que está a preciosa chave para a resolução da mesma, tal como nos esclarece o Evangelho Segundo o Espiritismo.

"Há na prática do perdão, e na prática do bem, em geral, além de um efeito moral, um efeito também material. A morte, como se sabe, não nos livra dos nossos inimigos. Os Espíritos vingativos perseguem sempre com o seu ódio, além da sepultura, aqueles que ainda são objeto do seu rancor. Daí ser falso, quando aplicado ao homem, o provérbio: “Morto o cão, acaba a raiva”. O Espírito mau espera que aquele a quem queira mal esteja encerrado em seu corpo, e assim menos livre, para mais facilmente o atormentar, atingindo-o nos seus interesses ou nas suas mais caras afeições. É necessário ver nesse fato a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo daqueles que apresentam certa gravidade, como a subjugação e a possessão. O obsedado e o possesso são, pois, quase sempre, vítimas de uma vingança anterior, a que provavelmente deram motivo por sua conduta. Deus permite a situação atual, para os punir do mal que fizeram, ou, se não o fizeram, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, deixando de perdoar. Importa, pois,com vistas à tranquilidade futura, reparar o mais cedo possível os males que se tenham praticado em relação ao próximo, e perdoar aos inimigos, para assim se extinguirem, antes da morte, todos os motivos de desavença, toda causa profunda de animosidade posterior. Dessa maneira se pode fazer, de um inimigo encarnado neste mundo, um amigo no outro, ou pelo menos ficar com a boa causa, e Deus não deixa ao sabor da vingança aquele que soube perdoar. Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não quer apenas evitar as discórdias na vida presente, mas também evitar que elas se perpetuem nas existências futuras. Não sairás de lá, disse ele, enquanto não pagares o último ceitil, ou seja, até que a justiça divina não esteja completamente satisfeita.(E.S.E., Cap. X, item 6)



DE ÂNIMO FIRME"
 Não temas as provas de hoje.
 Supera o mal com o bem.
todos temos um amanhã.
No entanto, porque o futuro nos pertença
não menosprezes o momento de agora.
Se sofrestes desgostos
não lhes conserves os remanescentes no coração.
Esquece afrontas e ofenças.
O perdão desata quaisquer algemas
entre vítima e agressor.
Serve sempre.
Não cultive enfermidades imaginárias,
nem te amofines por aflições
que talvez não chegues a conhecer."


"Emmanuel"

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