País e filhos, as mais importantes relações (30 de agosto)
O outro, seja pai, seja filho, na maioria das vezes não é como nós gostavámos que fosse, mas é como nós necessitamos para que com ele possamos evoluir.
Porque é entre País e filhos, que se encontram as mais importantes relações, vale a pena ler atentamente e refletir.
CONSTELAÇÃO FAMILIAR
"A família é a base fundamental sobre a
qual se ergue o imenso edifício da sociedade. No pequeno grupo doméstico inicia-se a
experiência da fraternidade universal, ensaiando- se os passos para os nobres
cometimentos em favor da construção da sociedade equilibrada.
Em
razão disso, toda vez que a família se entibia ou se enfraquece a sociedade
experimenta conflitos, abalada nas suas estruturas. Vive-se, na Terra, destes dias, injustificável
agressão à constelação familiar, defluente dos transtornos e insatisfações que
tomam as mentes e os corações juvenis. Aturdidos,
ante os tormentos que vêm assaltando os adultos, alguns, irresponsáveis, outros,
imaturos em relação aos compromissos graves do lar, que se deixam arrastar
pelas utopias do prazer, em detrimento das bênçãos do dever em relação à
família, desgarram-se, e, sem rumo, atiram-se nos resvaladouros da alucinação,
desesperados, investindo contra o instituto doméstico.
A aparente falência das uniões consagradas
pelo matrimônio, assim como a de todas aquelas que frutesceram em descendentes,
não é da família, mas da desestruturação da ética e da moral, vitimadas pelas
mudanças impostas pelos denominados novos tempos, nos quais, escravizando-se às
paixões dissolventes, os indivíduos optam pela ansiosa conquista das coisas e
dos fetiches da tecnologia que os distraem e entorpecem.
A decadência dos dogmas arbitrários e dos
estatutos punitivos estabelecidos por algumas doutrinas religiosas do passado,
que vêm sucumbindo ante os camartelos da evolução cientifica e experimental,
tem facultado maior espaço para a ampliação do materialismo existencialista,
centrando no corpo toda a realidade da vida, e através do seu uso a única oportunidade
de desfrutar os gozos, que logo se consomem ante a presença da morte.
Em
assim sendo a realidade humana, a pressa pela fruição de todas as sensações possíveis
apresenta-se na condição de meta que deve ser alcançada a qualquer preço, para não
se perder a oportunidade de viver bem, quando o ideal seria bem-viver. O
irrefragável passar do tempo, cada dia com maior celeridade, em face das
complexas engrenagens existenciais e da busca para a manutenção da vida,
oferece uma visão incorreta em torno da sua dimensão. Aqueles que se debatem na
ambição e se esfalfam pelo ter, pelo poder, pelo desfrutar, vêem-no rápido
demais para atender a todas as suas necessidades. Aqueloutros,
que se encontram em conflitos, irrealizados, enfermos, acreditam que ele não transcorre
como deveria, e sim morosa, dolorosamente...
Como
efeito, os jovens atiram-se nos emaranhados processos de busca do deleite sem qualquer
freio, enquanto os adultos apresentam os primeiros sinais de cansaço, tentando renovar
programas em favor de novas satisfações, ao tempo em que os velhos, ante tantas
facilidades que não fruíram antes, em razão dos preconceitos e dos limites
impostos na época, deprimem-se, lamentando o que consideram haver perdido...
Nesse
báratro, a família torna-se um campo de lutas ásperas entre os princípios de equilíbrio
que a devem constituir e as facilidades
que proporcionam correspondência em relação aos desvarios propostos por
pensadores de ocasião e pelas aberrações divulgadas através da mídia
extravagante. A denominada luta de
gerações, na qual os reais valores da dignificação humana são ultrajados pelas
proposições modernistas do hoje, do aqui e do agora, favorece a debandada do
lar pelos jovens, incapazes ainda de orientar a existência, de enfrentar os
desafios, de viver em equilíbrio.
inexperientes e deseducados, animados mais à
astúcia do que à inteligência e à razão, tornam-se vítimas fáceis das
armadilhas que encontram pela frente, sem as perceber... Faltando o lar seguro,
buscam organizar tribos e reagem a tudo que os vincule à estrutura familiar,
dando lugar a novos hábitos e a costumes próprios, matando as imagens
ancestrais e construindo a própria identidade, agressiva e arrogante, estranha
e especial, em nome da li- berdade de pensamento e de ação, que o tempo
demonstra frágil e sem sustentação a longo prazo. Os
pioneiros e militantes dos movimentos rebeldes dos anos sessenta, hoje
envelhecidos, arrependidos uns, enfermos outros, dependentes da drogadição
ainda outros tantos, sem nos referirmos aos que foram devorados pelos vícios,
pelas enfermidades, que transformaram o sonho em sofrimento, revêem os
programas fantasiosos e alucinantes daquela época tomados pela amargura e pelo
cansaço...
lncontáveis
deles, incapazes de construir família, mudaram de parceiros conforme os ventos
da sensação e da moda, produziram frutos amargos, na condição de filhos mais rebeldes
e mais insatisfeitos do que eles próprios, com as exceções compreensíveis, terminando
a caminhada terrestre hoje desacompanhados, pessimistas e tristes.
O
ser humano é estruturalmente constituído para viver em família, a fim de
desenvolver os sublimes conteúdos psíquicos que lhe jazem adormecidos,
aguardando os estímulos da convivência no lar, para liberá-Ios e sublimar-se. Quando procria com responsabilidade atinge um
dos momentos clímax da existência, especialmente quando se torna consciente do
significado da progenitura.
Em
forma de instinto que confere aos animais o cuidado com a prole e o seu amparo,
no ser humano essa energia atinge a faixa de sentimento superior, que induz ao
zelo e à proteção, chegando mesmo ao sacrifício em favor da sua preservação.
Quando ocorre o contrário, trata- se de uma patologia, um transtorno de
natureza psicológica ou psiquiátrica.
Há,
em todas as formas de vida, essa energia divina que, no ser humano,
apresenta-se em forma de consciência, de discernimento, de razão, de amor, de
sabedoria.Na família, esse nobre sentimento encontra campo fértil para
desenvolver-se, felicitando os seres frágeis que reiniciam a jornada, bem como
aqueles que lhes constituem a segurança.
Por
essas e muitas outras razões, a constelação familiar jamais desaparecerá da sociedade
terrestre, dando lugar ao enfermiço egoísmo, pelo contrário, superando-o com beleza
espiritual. Acompanhando o processo de evolução que se opera no planeta
abençoado, que nos serve de colo de mãe para o crescimento na direção do
Genitor Divino, reflexionamos por largo período em torno da família e reunimos,
no presente livro, trinta temas que dizem respeito à afetividade, ao mecanismo
de desenvolvimento espiritual e moral do ser humano, como singela contribuição
em favor da constelação doméstica.
Reconhecemos
a singeleza das abordagens, a falta de informações que ainda não tenham sido
apresentadas por outros estudiosos das questões abordadas, porém, considerando
a valiosa contribuição do Espiritismo para o desenvolvimento ético-moral do
espírito, oferecemos nossa modesta cooperação como um pouco do fermento, que
pode fazer crescer a massa que se transformará em pão mantenedor da vida.
Agradecendo
ao Senhor Jesus pela oportunidade que nos concede de servir na sua seara, somos
sua servidora humílima."
Salvador, noite de Natal de 2007
Joanna de Ângelis
"Oh!, espíritas! Compreendei neste momento o grande papel da
Humanidade! Compreendei que, quando gerais um corpo, a alma que se encarna vem
do espaço para progredir. Tomai conhecimento dos vossos deveres, e ponde todo o
vosso amor em aproximar essa alma de Deus: é essa a missão que vos está
confiada e da qual recebereis a recompensa, se a cumprirdes fielmente. Vossos
cuidados, a educação que lhe derdes, auxiliarão o seu aperfeiçoamento e a sua
felicidade futura. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe, Deus perguntará:
“Que fizestes da criança confiada à vossa guarda?” Se permaneceu atrasada por
vossa culpa, vosso castigo será o de vê-la entre os Espíritos sofredores,
quando dependia de vós que fosse feliz. Então vós mesmos, carregados de
remorsos, pedireis para reparar a vossa falta: solicitareis uma nova
encarnação, para vós e para ela, na qual a cercareis de mais atentos cuidados,
e ela, cheia de reconhecimento, vos envolverá no seu amor."
E. S. E. Cap
XIV, item 9
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