Páscoa. primavera da alma 16 de abril)(







RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO


reencarnação fazia parte dos dogmas judeus, sob o nome de ressurreição. Somente os saduceus, que pensavam que tudo acabava com a morte, não acreditavam nela. As ideias dos judeus sobre essa questão, como sobre muitas outras, não estavam claramente definidas. Porque só tinham noções vagas e incompletas sobre a alma e sua ligação com o corpo. Eles acreditavam que um homem podia reviver, sem terem uma ideia precisa da maneira por que isso se daria, e designavam pela palavra ressurreição o que o Espiritismo chama, mais justamente, de reencarnação. Com efeito, a ressurreição supõe o retorno à vida do próprio cadáver, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já estão há muito dispersos e consumidos. A reencarnação é à volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, novamente constituído, e que nada tem a ver com o antigo.”

 E. S. E. Cap. IV, item 4

“Jesus se refere claramente à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como o fim a que se destina a humanidade, e como devendo ser o objeto das principais preocupações do homem sobre a terra. Todas as suas máximas se referem a esse grande princípio. Sem a vida futura, com efeito, a maior parte dos seus preceitos de moral não teriam nenhuma razão de ser. É por isso que os que não creem na vida futura, pensando que ele apenas falava da vida presente, não os compreendem ou os acham pueris.

            Esse dogma pode ser considerado, portanto, como o ponto central do ensinamento do
Cristo. Eis porque está colocado entre os primeiros, no início desta obra, pois deve ser a meta de todos os homens. Só ele pode justificar os absurdos da vida terrestre e harmonizar-se com a justiça de Deus.”

  E. S. E.Cap. II, item 3

Q. nº 625. Qual
o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo?
— Vede Jesus.

Comentário de Kardec: Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que pode aspirar a
Humanidade na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava animado do espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra.
Se alguns dos que pretenderam instruir os homens na lei de Deus algumas vezes s desviaram para falsos princípios, foi por se deixarem dominar por sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma com as que regem a vida do corpo.
Muitos deles apresentaram como leis divinas o que era apenas leis humanas, instruídas para servir às paixões e dominar os homens.”
Livro Dos Espíritos
Carta do Sr. Roustaing, de Bordeaux, a Kardec
“Bem compreendida, a “Reencarnação” ensina aos homens qu eles aqui se acham de passagem, livres para não mais voltar, se para isso fizerem o que for necessário; que o poder, as riquezas, as dignidades, a ciência não lhes são dados senão a título de provas e como meio de progredir para o bem; que em suas mãos não são mais que um depósito e um instrumento para a prática da lei de amor e de caridade; que o mendigo que passa ao lado de um grão-senhor é seu irmão perante Deus e talvez o tenha sido diante dos homens; que, talvez, tenha sido rico e poderoso; se agora se encontra numa condição obscura e miserável, é por ter falido em suas terríveis provas, lembrando assim aquela palavra célebre, do ponto de vista das condições sociais: Não há senão um passo do Capitólio à rocha Tarpeia, com a diferença de que, pela reencarnação, o Espírito se levanta de sua queda e pode, depois de haver remontado ao Capitólio, lançar-se de seu picos às regiões celestes, morada esplêndida dos Espíritos bons.
 A reencarnação, ao ensinar aos homens, segundo a admirável expressão de Platão, que não há quem não descenda de um pastor, nem pastor que não descenda de um rei, dissipa todas as vaidades terrenas, liberta do culto material, nivela moralmente todas as condições sociais; constitui a igualdade, a fraternidade entre os homens, como para os Espíritos, em Deus e diante de Deus, e a liberdade que, sem a lei de amor e de caridade, não passa de mentira e de utopia, como ultimamente no-lo dizia o Espírito Washington. Em seu conjunto, o Espiritismo vem dar aos homens a unidade e a verdade em todo progresso intelectual e moral, grande e sublime empreendimento, do qual somos
apenas humildes apóstolos.”   
 
                                                                                    Revista Espírita de JUNHO DE 1861

Assim a Páscoa, que significa passagem, passagem de Cristo pela morte, deve ser acima de tudo oportunidade de renovação, uma primavera nos nossos corações.

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