Crianças com Necessidades Especiais, à Luz do Espiritismo (14 Janeiro 2020)
Crianças
com necessidades especiais
Filho
Deficiente
“A decepção passou a ser-te um
ferrete em brasa, dilacerando sem cessar os teus sentimentos.
Todos
os planos ficaram desfeitos, quando esperavas entesourar felicidade e vitória.
No suceder dos dias, desde os primeiros
sinais, anelaste por um ser querido que chegaria aos teus braços com os louros
e a predestinação da grandeza em relação ao futuro.
O
pequeno príncipe deveria trazer no corpo, na mente, na vida, as características
da raça pura, grandioso no porte, lúcido na inteligência, triunfador nas
realizações.
O que
agora contemplas não é o filho desejado, mas um feio espécime, mutilado,
enfermo, frágil...
Mal
acreditas que se haja gerado por teu intermédio, que seja teu filho.
Por
pouco não o detestas.
Mal te
recobras do choque e da vergonha que experimentas quando os amigos o veem,
quando sabem que é teu descendente.
Surda
revolta assenhoreia-se da tua alma e, a pouco e pouco, a amargura ganha campo
no teu coração.
Reconsidera,
porém, quanto antes, atitudes e posições mentais. Não podes arbitrar com
segurança no jogo dos insondáveis sucessos da reencarnação.
Para a
reflexionar e submete-te à injunção redentora. A tua frustração decorre do
orgulho ferido, do desamor que cultivas.
Teu
filho deficiente necessita de ti. Tu, porém, mais necessitas dele.
Quem
agora te chega ao regaço com deficiência e limitação, recupera-se no cárcere
corporal das arbitrariedades que perpetrou. Déspota ou rebelde, caiu nas
ciladas que deixou pela senda, onde fez que outros sucumbissem.
Mordomo
da existência passada, abusou dos dons da vida com estroinice e perversidade,
ferindo e terminando por ferir-se.
Não
cometeu, todavia, tais desatinos a sos
Quando
alguém cai, sempre existe outrem oculto ou ostensivo que o leva ao tombo.
O
êxito como o insucesso sempre se faz de parceria.
Muitos
responsáveis intelectuais de realizações nobres como de 54 crimes espetaculares
permanecem não identificados.
E são
os autores reais, que se utilizam dos chamados ignorantes úteis para esses
cometimentos.
O
filho marcado que resulta do teu corpo é alma vitimada pela tua alma, não
duvides.
Não é
este o primeiro tentame que realizam juntos. Saindo do fracasso transato, ambos
recomeçam abençoada experiência, cujo êxito podes promover desde já. Renteia
com ele na limitação e aumenta-lhe, mediante o amor dinâmico, a capacidade
atrofiada.
Sê-lhe
o que lhe falta.
Da
convivência nascerá a interdependência recíproca. No labor com ele, amá-lo-ás.
Infatigavelmente
renova os quadros mentais e por enquanto desce ao solo da realidade, fora das
ilusões mentirosas, a fim de seres, também, feliz.
Honra-te
com o filhinho dependente e mais aproxima-te dele, cada vez.
A
carne gera a carne, mas os atos pretéritos do espírito produzem a forma para a
residência orgânica.
As
asas de anjo do apóstolo, como os pés de barro de quem amas, precedem à atual
injunção fisiológica.
Se te
repousa no berço de sonhos desfeitos um filhinho deformado, amputado,
dementado, deficiente de qualquer natureza, esquece-lhe a aparência e assiste-o
com amor.
Não te
chega ao trono dos sentimentos por acaso.
Antigo
companheiro vencido, suplica ajuda ao desertor, só agora alcançado pela divina
legislação.
Dá-lhe
ternura, canta-lhe um poema de esperança, ajuda-o.
O
filho deficiente no teu lar significa a tua oportunidade de triunfo e a
ensancha que ele te roga para alcançar a felicidade.
Seria
terrivelmente criminoso negar-lhe, por vaidade ferida, o amparo que te pede,
quando te concede a bênção do ensejo para a tua reparação em relação a ele.”
Joanna de Ângelis, Livro S.O.S, FAMÍLIA De
Divaldo P. Franco DITADO POR JOANNA DE ÂNGELIS E DIVERSOS ESPÍRITOS
Laços
de Família
Q. nº 774
“Há pessoas que, do fato de os
animais ao cabo de certo tempo abandonarem suas crias, deduzem não serem os laços
de família, entre os homens, mais do que resultado dos costumes sociais e não
efeito de uma lei da Natureza. Que devemos pensar a esse respeito?
R: “Diverso do dos animais é o
destino do homem. Por que, então, querem identificá-lo com estes? Há no homem
alguma coisa mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de
progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais
apertados tomam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da
Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como
irmãos.”
Q. nº 775
“Qual seria, para a sociedade, o
resultado do relaxamento dos laços de família?
R: “Uma recrudescência do egoísmo.”
O
Livro dos Espíritos
Introdução
“A magna questão da família é tema
de sempre. Apesar de sabermos que a família é a unidade básica da sociedade,
sua célula primeira, sua importância merece permanente vigilância e estudo de
todos os segmentos da coletividade humana (…) matéria tão complexa e delicada
que envolve os dramas de almas que se amam e se odeiam na escalada das
múltiplas existências. Considerando, sobretudo, que a família é um laboratório
vivo de experiências e aprendizado, uma verdadeira escola para educação dos
espíritos, na sua ansiosa busca da felicidade, que ainda não é deste mundo, mas
pode nele começar. Devemos considerar, outrossim, que a visão espírita de
família, difere das filosofias não reencarnacionistas. O Espiritismo apresenta
a família como o instituto abençoado em que as criaturas humanas se reencontram
com um programa de provas e expiações, com vistas ao futuro. Por outro lado, a
família, na concepção espírita, antes de ser a reunião de corpos é o reduto
sagrado de espíritos imortais. A visão reencarnacionista traz um entendimento
que motiva as criaturas ao esforço pelo próprio progresso moral, através da
renúncia, da boa vontade, da ajuda mútua, do perdão, da tolerância e muito
mais, se se alcançar um grau de consciência desperta. A grande batalha que se
trava no imo do ser humano, ainda se debita ao egoísmo, que gera os grandes
problemas e até tragédias de consequências imprevisíveis.
A
consciência desperta pela razão e pela lógica dos ensinamentos espíritas leva a
criatura a aceitar certas conjunturas decorrentes do passado, apresentadas em
forma de antipatia, ódio, ciúmes, entre familiares. (…) Da mesma forma se podem
explicar a simpatia, a afinidade e o amor que brotam espontaneamente entre as
criaturas. (…)
A
família não é somente foco de lutas e problemas, mas também fonte geradora de
felicidade quando há entre todos os seus componentes a iluminação de princípios
espirituais superiores.”
Joanna
de Ângelis, Livro S.O.S, FAMÍLIA De Divaldo P. Franco DITADO POR JOANNA DE
ÂNGELIS E DIVERSOS ESPÍRITOS
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