Espreitando o Espiritismo – As Bem Aventuranças – Bem Aventurados os Aflitos(21 janeiro)
Bem Aventurados os Aflitos
“As compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra
só podem realizar-se na vida futura. Sem a certeza do porvir, essas máximas
seriam um contra-senso, ou mais ainda, seriam um engodo. Mesmo com essa
certeza, compreende-se dificilmente a utilidade de sofrer para ser feliz.
Diz-se que é para haver mais mérito. Mas então se pergunta por que uns sofrem
mais do que outros; por que uns nascem na miséria e outros na opulência, sem
nada terem feito para justificar essa posição; por que para uns nada dá certo,
enquanto para outros tudo parece sorrir? Mas o que ainda menos se compreende é
ver os bens e os males tão desigualmente distribuídos entre o vício e a
virtude; ver homens virtuosos sofrer ao lado de malvados que prosperam. A fé no
futuro pode consolar e proporcionar paciência, mas não explica essas anomalias,
que parecem desmentir a justiça de Deus.
Entretanto,
desde que se admite a existência de Deus, não é possível concebê-lo sem suas
perfeições. Ele deve ser todo poderoso, todo justiça, todo bondade, pois sem
isso não seria Deus. E se Deus é soberanamente justo e bom, não pode agir por
capricho ou com parcialidade. As vicissitudes da vida têm, pois, uma causa, e
como Deus é justo, essa causa deve ser justa. Eis do que todos devem
compenetrar-se. Deus encaminhou os homens na compreensão dessa causa pelos
ensinos de Jesus, e hoje, considerando-os suficientemente maduros para
compreendê-la, revela-a por completo através do Espiritismo, ou seja, pela voz
dos Espíritos.”
Justiça das Aflições, Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, item 3
“Examina a própria aflição para que não se converta a
tua inquietude em arrasadora tempestade emotiva.
A aflição do egoísmo chama-se egolatria.
A aflição do vício chama-se delinquência.
A aflição da agressividade chama-se cólera.
A aflição do crime chama-se remorso.
A aflição do fanatismo chama-se intolerância.
A aflição da fuga chama-se covardia.
A aflição da inveja chama-se despeito.
A aflição da leviandade chama-se insensatez.
A aflição da indisciplina chama-se desordem.
A aflição da brutalidade chama-se violência.
A aflição da preguiça chama-se rebeldia.
A aflição da vaidade chama-se loucura.
A aflição do relaxamento chama-se evasiva.
A aflição da indiferença chama-se desânimo.
A aflição da inutilidade chama-se queixa.
A aflição do ciúme chama-se desespero.
A aflição da impaciência chama-se intemperança.
A aflição da sovinice chama-se miséria.
Os corações unidos ao Sumo Bem, contudo, sabem que
suportar as
aflições menores da estrada é evitar as aflições
maiores da vida e,
por isso, apenas eles, anónimos heróis da luta
quotidiana, conseguem
receber e acumular em si mesmos os talentos de amor e
paz reservados
por Jesus aos sofredores da Terra, quando pronunciou
no monte a
divina promessa: — “Bem-aventurados os aflitos”
Livro Religião dos Espíritos, de Chico xavier e Emmanuel - Reunião
pública de 13 de fevereiro de 1959
“Q. nº 908. Como definir o limite em que as
paixões deixam de ser boas ou más?
—
As paixões são como um cavalo que é útil quando governado e perigoso quando
governa. Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento
em que a deixais de governar, e quando resulta num prejuízo qualquer para
vós ou para outro.
Comentário de
Kardec: As paixões são
alavancas que decuplicam as forças do homem e o ajudam a cumprir os desígnios
da Providência. Mas, se, em vez de as dirigir, o homem se deixa dirigir por
elas, cai no excesso e a própria força que em suas mãos poderia fazer o bem
recai sobre ele e o esmaga.
Todas
as paixões têm seu princípio num sentimento ou numa necessidade da Natureza. O
princípio das paixões não é, portanto, um mal, pois repousa sobre uma das
condições providenciais da nossa existência. A paixão propriamente dita é o
exagero de uma necessidade ou de um sentimento; está no excesso e não na causa;
e esse excesso se torna mau quando tem por consequência algum mal.
Toda
paixão que aproxima o homem da natureza animal distancia-o da natureza
espiritual.
Todo
sentimento que eleva o homem acima da natureza animal anuncia o predomínio do
Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.”
Livro dos Espíritos
“O homem que sofre é semelhante a um devedor de grande
soma, a quem o credor dissesse: “Se me pagares hoje mesmo a centésima parte,
darei quitação do resto e ficarás livre; se não, vou perseguir-te até que
pagues o último centavo”. O devedor não ficaria feliz de submeter-se a todas as
privações, para se livrar da dívida, pagando somente a centésima parte da
mesma? Em vez de queixar-se do credor, não lhe agradeceria?”
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, item 12
“O homem pode abrandar ou aumentar o amargor das suas provas,
pela maneira de encarar a vida terrena. Maior é o eu sofrimento, quando o
considera mais longo. Ora, aquele que se coloca no ponto de vista da vida
espiritual, abrange na sua visão a vida corpórea, como um ponto no infinito,
compreendendo a sua brevidade, sabendo que esse momento penoso passa bem
depressa. A certeza de um futuro próximo e mais feliz o sustenta encoraja, e em
vez de lamentar-se, ele agradece ao céu as dores que o fazem avançar.”
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, item 13
“Pelas palavras: Bem-aventurados os aflitos,
porque eles serão consolados, Jesus indica, ao mesmo tempo, a compensação que
espera os que sofrem e a resignação que nos faz bendizer o sofrimento, como o
prelúdio da cura.
Essas
palavras podem, também, ser traduzidas assim: deveis considerar-vos felizes por
sofrer, porque as vossas dores neste mundo são as dívidas de vossas faltas
passadas, e essas dores, suportadas pacientemente na Terra, vos poupam séculos
de sofrimento na vida futura. Deveis, portanto, estar felizes por Deus ter
reduzido vossa dívida, permitindo-vos quitá-las no presente, o que vos assegura
a tranquilidade para o futuro.”
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, item 12
“Embora ninguém possa
voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um
novo fim.”
Chico
Xavier
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