Somo Nós os Aflitos (31 de março)


Nos tempos que vivemos dedicamos o nosso estudo ao cap. V- "Bem aventurados os aflitos" do "Evangelho Segundo o Espiritismo".

Hoje temos a oportunidade de entender de uma forma mais profunda, quem são os aflitos a quem se referia Jesus. Agora, mais que nunca, entendemos que esses aflitos somos todos nós, todos sem exceção, ricos e pobres, cultos e ignorantes estão sujeitos à ação nefasta de algo que não vêem, não conhecem e que torna os mais poderosos do mundo impotentes e frágeis.

Nada mais será como antes, Graças a Deus! Mas embora se esperasse pela transição planetária, a reviravolta do mundo, o ajuste da natureza, fazer parte do grupo que hoje experimenta essas mudanças parece não ser fácil... a mudança nunca é fácil. Obriga-nos a sair da nossas zona de conforto, mesmo quando parece obrigar-nos a permanecer nela...no conforto do lar. Porém, o nosso lar só será uma zona de conforto se o nosso coração estiver confortável com o que somos, pensamos, fazemos e se as relações com os demais forem de harmonia.
Valiosa é esta oportunidade para estreitar laços, reconsiderar prioridades e valorizar o que realmente importa, que com toda a certeza não será ir ao café ou passear na praia, mas sim, desfrutar do tempo com aqueles que amamos, valorizar a vida e o momento, cada momento.

Por tudo isto, bem aventurados nós os aflitos...

"12. Motivos de resignação 
Por estas palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados, Jesus aponta a compensação que hão de ter os que sofrem e a resignação que leva o padecente a bendizer do sofrimento, como prelúdio da cura.

Também podem essas palavras ser traduzidas assim: Deveis considerar-vos felizes por sofrerdes, visto que as dores deste mundo são o pagamento da dívida que as vossas passadas faltas vos fizeram contrair; suportadas pacientemente na Terra, essas dores vos poupam séculos de sofrimentos na vida futura. Deveis, pois, sentir-vos felizes por reduzir Deus a vossa dívida, permitindo que a saldeis agora, o que vos garantirá a tranquilidade no porvir.

O homem que sofre assemelha-se a um devedor de avultada soma, a quem o credor diz: “Se me pagares hoje mesmo a centésima parte do teu débito, quitar-te-ei do restante e ficarás livre; se o não fizeres, atormentar-te-ei, até que pagues a última parcela.” Não se sentiria feliz o devedor por suportar toda espécie de privações para se libertar, pagando apenas a centésima parte do que deve? Em vez de se queixar do seu credor, não lhe ficará agradecido?

Tal o sentido das palavras: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados.” São ditosos, porque se quitam e porque, depois de se haverem quitado, estarão livres. Se, porém, o homem, ao quitar-se de um lado, endivida-se de outro, jamais poderá alcançar a sua libertação. Ora, cada nova falta aumenta a dívida, porquanto nenhuma há, qualquer que ela seja, que não acarrete forçosa e inevitavelmente uma punição. Se não for hoje, será amanhã; se não for na vida atual, será noutra. Entre essas faltas, cumpre se coloque na primeira fiada a carência de submissão à vontade de Deus. Logo, se murmurarmos nas aflições, se não as aceitarmos com resignação e como algo que devemos ter merecido, se acusarmos a Deus de ser injusto, nova dívida contraímos, que nos faz perder o fruto que devíamos colher do sofrimento. É por isso que teremos de recomeçar, absolutamente como se, a um credor que nos atormente, pagássemos uma cota e a tomássemos de novo por empréstimo.

Ao entrar no mundo dos Espíritos, o homem ainda está como o operário que comparece no dia do pagamento. A uns dirá o Senhor: “Aqui tens a paga dos teus dias de trabalho”; a outros, aos venturosos da Terra, aos que hajam vivido na ociosidade, que tiverem feito consistir a sua felicidade nas satisfações do amor-próprio e nos gozos mundanos: “Nada vos toca, pois que recebestes na Terra o vosso salário. Ide e recomeçai a tarefa.”

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