Orar ou Rezar? à Luz do Espiritismo (10 Março 2020)


"A questão da prece já foi discutida bastante, de modo que é inútil repetir aqui o que se sabe a respeito. Se o Espiritismo proclama a sua utilidade, não é por espírito de sistema, mas porque a observação permitiu constatar a sua eficácia e o modo de ação. Desde que, pelas leis fluídicas, compreendemos o poder do pensamento, igualmente compreendemos o poder da prece, que é, ela também, um pensamento dirigido para um fim determinado.
Para algumas pessoas, a palavra prece só desperta a ideia de pedido; é grave erro. Em relação à Divindade é um ato de adoração, de humildade e de submissão, que não se pode recusar sem desconhecer o poder e a bondade do Criador. Negar a prece a Deus é reconhecer Deus como um fato, mas é recusar-se a lhe prestar homenagem; é, ainda, uma revolta do orgulho humano.
Em relação aos Espíritos, que mais não são que as almas de nossos irmãos, a prece é uma identificação de pensamentos, um testemunho de simpatia. Repeli-la é repelir a lembrança dos seres que nos são caros, porque essa lembrança simpática e benévola é, por si mesma, uma prece. Aliás, sabe-se que os que sofrem a reclamam com insistência, como um alívio às suas penas; se a pedem, é que dela necessitam. Recusá-la é recusar um copo d’água ao infeliz que está com sede.   
Além da ação puramente moral, o Espiritismo nos mostra na prece um efeito de certo modo material, resultante da transmissão fluídica. Em certas moléstias sua eficácia é constatada pela experiência, conforme demonstra a teoria. Rejeitar a prece é, pois, privar-se de poderoso auxiliar para o alívio dos males corporais. (…)
A prece é, pois, uma necessidade universal, independente das seitas e das nacionalidades. Depois da prece, se estávamos fracos, sentimo-nos mais fortes; se tristes, sentimo-nos mais consolados. Abolir a prece é privar o homem de seu mais poderoso apoio moral na adversidade. Pela prece ele eleva sua alma, entra em comunhão com Deus, identifica-se com o mundo espiritual, desmaterializa-se, condição essencial de sua felicidade futura; sem a prece, seus pensamentos ficam na Terra, ligam-se cada vez mais às coisas materiais. Daí um atraso no seu adiantamento.
Revista Espírita de janeiro de 1866

“As condições da prece foram claramente definidas por Jesus. Quando orardes, diz ele, não vos coloqueis em evidência, mas orai em secreto. Não fingi orar demasiado, porque não será pelas muitas palavras, que sereis atendidos, mas pela sinceridade delas. Antes de orar, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-a, porque a prece não poderia ser agradável a Deus, se não partisse de um coração purificado de todo sentimento contrário à caridade. Orai, enfim, com humildade como o publicano, e não com orgulho, como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, e não as vossas qualidades, e se vos comparardes aos outros, procurai o que existe de mau em vós.”
E. S. E. Cap. XXVII, item 4 - PEDI E OBTEREIS

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