O trabalho é vida (28 de abril)
Este tempo de pandemia que vivemos, convida-nos a refletir de uma forma mais profunda sobre cada uma das Leis da Natureza, que são as Leis de Deus.De uma forma mais profunda porque temos a oportunidade de associar a teoria estudada no Livro dos Espíritos, Leis Morais, à experiência deste período das nossas vidas.
Cabe-nos neste momento um olhar sobre a Lei do Trabalho, indo ao encontro do 1º de maio, Dia do trabalhador, que se avizinha.
Muitas vezes lemos e comentamos acerca da importância de todos os trabalhos, mas hoje sentimo-lo de uma forma diferente.
Os ricos têm a oportunidade de aprender a valorizar o trabalho de quem limpa as suas casas, lava, passa, cozinha.
Os pais têm a oportunidade de aprender a valorizar o trabalho dos educadores e professores.
E todos sem exceção aprendemos a valorizar o trabalho dos profissionais de saúde, mas também das forças de segurança, de que recolhe o lixo e dos funcionários de supermercado, padeiros, etc...
É a necessidade que desafia a nossa criatividade, é pelo trabalho que desenvolvemos as nossas capacidades. Fazemos máscaras, ventiladores e gel desinfetante em destilarias, ensinamos pelo computador e reinventamo-nos ao máximo.
A todos os trabalhadores com garra, aos que estão na linha da frente e aos que estão na reta-guarda, a todos os que acreditam que juntos é possível vencer, que todos são importantes e todos os trabalhos indispensáveis, o nosso obrigada.
A todos aqueles, que perderam o seu trabalho assalariado a nossa palavra de esperança, recordando que tudo o que realizamos é trabalho, e se bem feito dignifica-nos, pode ser na nossa casa, pode não ser pago nem tão pouco reconhecido, mas tem a nossa energia, alimenta-nos e dá-nos força para continuar.
Depois da tempestade vem a bonança, que consigamos manter os corações serenos lembrando sempre que nada acontece por acaso, nenhum de nós foi abandonado por Deus e tudo, tudo o que acontece, visa o nosso crescimento.
Tal como citado na semana anterior, com respeito à Liberdade, o esclarecimento do Livro dos Espíritos na qt 825, também aqui aplicado, que nos diz que não há posições no mundo onde o homem possa gozar de liberdade absoluta, pois todos necessitamos uns dos
outros, os pequenos como os grandes.
outros, os pequenos como os grandes.
"O DEVER
(Sociedade Espírita de Paris, 20 de novembro de 1863 – Médium: Sr. Costel)
O dever é a obrigação moral da criatura para consigo mesma, primeiro, e, em seguida, para com os outros. O dever é a lei da vida. Com ele deparamos nas mais ínfimas particularidades, como nos atos mais elevados. Quero aqui falar apenas do dever moral e não do dever que as profissões impõem. Na
ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de cumprir-se, por se achar em antagonismo com as atrações do interesse e do coração. Não têm testemunhas as suas vitórias e não estão sujeitas à repressão suas derrotas. O dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio. O aguilhão da consciência, guardião da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes, mostra-se impotente, diante dos sofismas da paixão. Fielmente observado, o dever do coração eleva o homem; como determiná-lo, porém com exatidão? Onde começa ele? onde termina? O dever principia, para cada um de vós, exatamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo; acaba no limite que não desejais ninguém transponha com relação a vós.
ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de cumprir-se, por se achar em antagonismo com as atrações do interesse e do coração. Não têm testemunhas as suas vitórias e não estão sujeitas à repressão suas derrotas. O dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio. O aguilhão da consciência, guardião da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes, mostra-se impotente, diante dos sofismas da paixão. Fielmente observado, o dever do coração eleva o homem; como determiná-lo, porém com exatidão? Onde começa ele? onde termina? O dever principia, para cada um de vós, exatamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo; acaba no limite que não desejais ninguém transponha com relação a vós.
Deus criou todos os homens iguais para a dor. Pequenos ou grandes, ignorantes ou instruídos, sofrem todos pelas mesmas causas, a fim de que cada um julgue em sã consciência o mal que pode fazer. Com relação ao bem, infinitamente vário nas suas expressões, não é o mesmo o critério. A igualdade
em face da dor é uma sublime providência de Deus, que quer que todos os seus filhos, instruídos pela experiência comum, não pratiquem o mal, alegando ignorância de seus efeitos. O dever é o resumo prático de todas as especulações morais; é uma bravura da alma que enfrenta as angústias da luta; é austero e brando; pronto a dobrar-se às mais diversas complicações, conserva-se inflexível diante das suas tentações. O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais do que as criaturas e ama as criaturas mais do que a si mesmo. É a um tempo juiz e escravo em causa própria.O dever é o mais belo laurel da razão; descende desta como de sua mãe o filho. O homem tem de amar o dever, não porque preserve de males a vida, males aos quais a Humanidade não pode subtrair-se, mas porque confere à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento. O homem não pode desviar o cálice de suas provas; o dever é penoso em seus sacrifícios; o mal é amargo em seus resultados; mas essas dores, quase iguais, têm conclusões muito diferentes: uma é salutar como os venenos que restauram a saúde, a outra é nociva como os festins que arruínam o corpo.
em face da dor é uma sublime providência de Deus, que quer que todos os seus filhos, instruídos pela experiência comum, não pratiquem o mal, alegando ignorância de seus efeitos. O dever é o resumo prático de todas as especulações morais; é uma bravura da alma que enfrenta as angústias da luta; é austero e brando; pronto a dobrar-se às mais diversas complicações, conserva-se inflexível diante das suas tentações. O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais do que as criaturas e ama as criaturas mais do que a si mesmo. É a um tempo juiz e escravo em causa própria.O dever é o mais belo laurel da razão; descende desta como de sua mãe o filho. O homem tem de amar o dever, não porque preserve de males a vida, males aos quais a Humanidade não pode subtrair-se, mas porque confere à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento. O homem não pode desviar o cálice de suas provas; o dever é penoso em seus sacrifícios; o mal é amargo em seus resultados; mas essas dores, quase iguais, têm conclusões muito diferentes: uma é salutar como os venenos que restauram a saúde, a outra é nociva como os festins que arruínam o corpo.
O dever cresce e irradia sob mais elevada forma, em cada um dos estágios superiores da Humanidade. Jamais cessa a obrigação moral da criatura para com Deus. Tem esta de refletir as virtudes do Eterno, que não aceita esboços imperfeitos, porque quer que a beleza da sua obra resplandeça a seus próprios olhos.
Lázaro
Revista Espírita de Dezembro de 1863
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