A perfeição que desejamos...(10 de dezembro)


Certos de que a Vida continua além do corpo físico, e, compreendendo que nos encontraremos de acordo  com a forma como vivemos a nossa existência na Terra...urge compreender de que forma deveremos atuar em nossas vidas enquanto estamos no corpo, pois que ninguém sabe quando retornará à Pátria Espiritual.
Estudando a Doutrina Espírita, encontramos um roteiro seguro para esta nossa caminhada, tendo como exemplo a ética de Jesus e as caraterísticas do homem de Bem.

Para os Espiritas ou aspirantes a tal, deixamos aqui alguns excertos de elevado interesse e o convite À reflexão.


       "O Espiritismo se apresenta sob três aspetos diferentes: o das manifestações, o dos princípios da filosofia e moral que delas decorrem e o da aplicação desses princípios. Daí as três classes ou antes os três graus de adeptos:

1.°) os que crêem nas manifestações e se limitam a constatá-las; para eles é uma ciência de experimentações;

2.°) os que compreendem as suas consequências morais;

3.°) os que praticam ou se esforçam por praticar essa moral. Qualquer que seja o ponto de vista científico ou moral sob o qual se encaram esses fenómenos estranhos, cada um deles compreende que é toda uma nova ordem de ideias que surge e cujas consequências não podem deixar de ser uma profunda modificação no estado da Humanidade, compreendendo também que essa modificação não pode verificar-se a não ser no sentido do bem.(...)

Seria presumir demasiado da natureza humana acreditar que ela pudesse transformar-se subitamente pelas ideias espíritas. A ação dessas ideias não é certamente a mesma nem do mesmo grau em todos os que as professam; mas qualquer que seja o seu resultado, mesmo fraco, representa sempre uma melhora, mesmo que seja apenas o de dar a prova da existência de um mundo extra-corpóreo, o que implica a negação das doutrinas materialistas. Isto é o que decorre da simples observação dos fatos. Mas entre os que compreendem o Espiritismo filosófico e nele vêem alguma coisa mais do que os fenômenos mais ou menos curiosos, os efeitos são outros. O primeiro e o mais geral é o de desenvolver o sentimento religioso até mesmo naquele que, sem ser materialista, seja indiferente às coisas espirituais. Disto resulta para ele o desprezo pela morte; não dizemos o desejo pela morte, longe disso, porque o espírita defenderá a sua vida como qualquer outro, mas uma indiferença que lhe faz aceitar, sem queixa nem pesar, uma morte inevitável, como uma coisa antes feliz do que temível, em virtude da certeza do estado que lhe sobrevirá. O segundo efeito, talvez tão geral como o primeiro, é a resignação em face das vicissitudes da vida. O Espiritismo faz ver as coisas de tão alto que a vida terrena perde três quartas partes de sua importância e o homem não mais se perturba tanto com as suas tribulações. Daí mais coragem nas aflições, mais moderação nos desejos e daí também o afastamento do desejo de abreviar a vida, porque a Ciência espírita ensina que pelo suicídio se perde sempre o que se pretendia ganhar. A certeza de um futuro que de nós mesmos depende tornar feliz, a possibilidade de estabelecer relações com os seres que nos são caros proporcionam ao espírita uma suprema consolação; seu horizonte se amplia até o infinito pela visão contínua da vida de além-túmulo, da qual pode sondar as misteriosas profundidades. O terceiro efeito é o de despertar a indulgência para com os defeitos alheios; mas, é necessário dizê-lo, o princípio do egoísmo e tudo o que dele decorre são o que há de mais tenaz no homem e por conseguinte mais difícil de se desenraizar. Podemos fazer sacrifícios voluntários, contanto que nada custem e sobretudo que não nos privem de nada; o dinheiro exerce ainda sobre a maioria dos homens uma atração irresistível e bem poucos compreendem a palavra supérfluo quando se trata de suas próprias pessoas. Assim, a abnegação de si mesmo é sinal do mais eminente progresso."

Livro dos Espíritos, Conclusão, item VII

"— P. Em vida professáveis o Espiritismo?

— R. Há uma grande diferença em professar e praticar. Muita gente professa uma doutrina, que não pratica; pois bem, eu praticava e não professava. Assim como cristão é todo homem que segue as leis do Cristo, mesmo sem conhecê-las, assim também podemos ser espíritas, acreditando na imortalidade da alma, nas reencarnações, no progresso incessante, nas provações terrenas — abluções necessárias ao melhoramento. Acreditando em tudo isso, eu era, portanto, espírita. Compreendi a erraticidade, laço intermediário das reencarnações e purgatório no qual o Espírito culposo se despoja das vestes impuras para revestir nova toga, e onde o Espírito, em evolução, tece cuidadosamente essa toga que há de carregar no intuito de conservá-la pura. Compreendi tudo isso, e, sem professar, continuei a praticar."

Jean Reynaud (Sociedade Espírita de Paris. Comunicação espontânea.)

Livro "O Céu e Inferno" - 2°parte Cap. II, Espíritos Felizes

 

"Se passarmos à categoria dos espíritas propriamente ditos, ainda aí depararemos com certas fraquezas humanas, das quais a doutrina não triunfa imediatamente. As mais difíceis de vencer-se são o egoísmo e o orgulho, as duas paixões originárias do homem. Entre os adeptos convictos, não há deserções, na lídima aceção do termo, visto como aquele que desertasse, por motivo de interesse ou qualquer outro, nunca teria sido sinceramente espírita; pode, entretanto, haver desfalecimentos. Pode dar-se que a coragem e a perseverança fraqueiem diante de uma deceção, de uma ambição frustrada, de uma preeminência não alcançada, de uma ferida no amor-próprio, de uma prova difícil. Há o recuo ante o sacrifício do bem-estar, ante o receio de comprometer os interesses materiais, ante o medo do “que dirão?”; há o ser-se abatido por uma mistificação, tendo como consequência, não o afastamento, mas o esfriamento; há o querer viver para si e não para os outros, o beneficiar-se da crença, mas sob a condição de que isso nada custe. Sem dúvida, podem os que assim procedem ser crentes, mas, sem contestação, crentes egoístas, nos quais a Fé não ateou o fogo sagrado do devotamento e da abnegação; às suas almas custa o desprenderem-se da matéria. Fazem nominalmente número, porém não há contar com eles.

Todos os outros são espíritas que em verdade merecem esse qualificativo. Aceitam por si mesmos todas as consequências da doutrina e são reconhecíveis pelos esforços que empregam por melhorar-se. Sem desprezarem, além dos limites do razoável, os interesses materiais, estes são, para eles, o acessório e não o principal; não consideram a vida terrena senão como travessia mais ou menos penosa; estão certos de que do emprego útil ou inútil que lhe derem depende o futuro; têm por mesquinhos os gozos que ela proporciona, em face do objetivo esplêndido que entrevêm no além; não se intimidam com os obstáculos com que topem no caminho; vêem nas vicissitudes e deceções provas que não lhes causam desânimo, porque sabem que o repouso será o prêmio do trabalho. Daí vem que não se verificam entre eles deserções, nem falências."

O Livro " Obras Póstumas, Os Desertores

Os Bons Espíritas

            “O Espiritismo bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, conduz forçosamente aos resultados que caracterizam o verdadeiro espírita, como o verdadeiro cristão, pois um e outro são a mesma coisa. O Espiritismo não cria uma nova moral, mas facilita aos homens a compreensão e a prática da moral do Cristo, ao dar uma fé sólida e esclarecida aos que duvidam ou vacilam.(...)

Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações. Enquanto um se compraz no seu horizonte limitado, o outro, que compreende a existência de alguma coisa melhor, esforça-se para se libertar, e sempre o consegue, quando dispõe de uma vontade firme."

Livro " O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 4

(O sublinhado foi nosso)


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