Como estamos e para onde vamos após a desencarnação? (1 de dezembro)
Como estamos e para onde vamos após a desencarnação?
Ainda estamos espíritos imperfeitos, pois em cada dia somamos experiências e aprendizagens que nos modificam e nos impulsionam ao crescimento moral. Dizemos que estamos, pois isso reflete algo que é transitório não nos condenando a uma imperfeição eterna...
O que encontraremos após o desencarne? talvez esta seja a única curiosidade humana que é menor que o próprio medo. Pergunta de retórica que tantas vezes fazemos, mas para a qual esperamos não conhecer a resposta tão cedo. Contudo, necessitamos de resposta até para as questões que tememos fazer, para que no momento certo possamos ser surpreendidos pela positiva. O que encontrarei será o fruto das minhas escolhas presentes. Hoje, será sempre o dia.
Deixamos aqui algumas sugestões de leitura que trazem bastante esclarecimento e aguçam a vontade para mais... além da recomendação do Livro Céu e Inferno, onde podemos encontrar inúmeros testemunhos daqueles que do Plano Espiritual quiseram contar o que encontraram ao partir. A Doutrina Espirita, retira o sentido àquela frase tantas vezes escutada "Ninguém voltou do outro lado para contar como é!"...Voltam sim apenas o corpo material não os acompanha e contam-nos advertem-nos, pena que presos aos nossos atavismos, ao orgulho e ao egoísmo, não queiramos considerar.
Para os mais séticos, para aqueles que necessitam ouvir de viva voz, temos hoje milhares de testemunhos EQM (Experiências de Quase Morte) para que possamos ter a certeza que o espírito, esses continua sempre vivo.
Associação Espírita de Évora
"Vou me deitar para dormir. Mas posso morrer durante o sono. Estou
bem, não tenho nenhum motivo especial para pensar na morte neste momento. Nem
para desejá-la. Mas a morte não é uma opção, nem uma possibilidade. É uma
certeza. Quando o Júri de Atenas condenou Sócrates à morte ao invés de lhe dar
um prémio, sua mulher correu aflita para a prisão, gritando-lhe: “Sócrates, os
juízes te condenaram à morte”. O filósofo respondeu calmamente: “Eles também já
estão condenados”. A mulher insistiu no seu desespero: “Mas é uma sentença
injusta!” E ele perguntou: “Preferias que fosse justa?” A serenidade de
Sócrates era o produto de um processo educacional: a Educação para a Morte. É
curioso notar que em nosso tempo só cuidamos da Educação para a Vida.
Esquecemo-nos de que vivemos para morrer. A morte é o nosso fim inevitável. No
entanto, chegamos geralmente a ela sem o menor preparo. As religiões nos
preparam, bem ou mal, para a outra vida. E depois que morremos encomendam o
nosso cadáver aos deuses, como se ele não fosse precisamente aquilo que
deixamos na Terra ao morrer, o fardo inútil que não serve mais para nada.
Quem primeiro cuidou da Psicologia da Morte e da
Educação para a Morte, em nosso tempo, foi Allan Kardec. Ele realizou uma
pesquisa psicológica exemplar sobre o fenómeno da morte.
Por anos seguidos falou a respeito com os
espíritos de mortos. E, considerando o sono como irmão ou primo da morte,
pesquisou também os espíritos de pessoas vivas durante o sono. Isso porque,
segundo verificara, os que dormem saem do corpo durante o sono. Alguns saem e
não voltam: morrem. Chegou, com antecedência de mais de um século, a esta
conclusão a que as ciências atuais também chegaram, com a mesma tranquilidade
de Sócrates, a conclusão de Victor Hugo: “Morrer não é morrer, mas apenas
mudar-se”.
(...)O pavor maior da morte provém da ideia de
solidão e escuridão. Mas os teólogos acharam que isso era pouco e oficializaram
as lendas remotas do Inferno, do Purgatório e do Limbo, a que não escapam nem
mesmo as crianças mortas sem batismo. De tal maneira se aumentaram os motivos
do pavor da morte, que ela chegou a significar desonra e vergonha.(...)
A morte transforma o homem em cadáver, risca-o do
número dos vivos, tira-lhe todas as possibilidades de ação e, portanto, de
significação no meio humano. “O morto está morto”, dizem os materialistas e o
populacho ignaro. O Papa Paulo VI declarou, e a imprensa mundial divulgou em
toda parte, que “existe uma vida após a morte, mas não sabemos como ela é”.
Isso quer dizer que a própria Igreja nada sabe da morte, a não ser que
morremos.
(...)Jesus ensinou e provou que a morte se resolve
na Páscoa da ressurreição, que ninguém morre, que todos temos o corpo
espiritual e vivemos no além-túmulo como vivos mais vivos que os encarnados.
Paulo de Tarso proclamou que o corpo espiritual é o corpo da ressurreição (cap.
12 da primeira Epístola aos Coríntios)
(...)A Educação para a Morte não é nenhuma forma
de preparação religiosa para a conquista do Céu. É um processo educacional que
tende a ajustar os educandos à realidade da Vida, que não consiste apenas no
viver, mas também no existir e no transcender. A vida e a morte constituem os
limites da existência. Entre o primeiro grito da criança ao nascer e o último
suspiro do velho ao morrer, temos a consciência do ser e do seu destino. As
plantas e os animais vivem simplesmente, deixam-se levar na correnteza da
vivência, entregues às forças naturais do tropismo e dos instintos. São seres
em desenvolvimento, dirigidos pelo elã vital. Mas a criatura humana é um ser
definido, que reflete o mundo na sua consciência e se ajusta a ele, não para
nele permanecer, mas para conquistá-lo, tirar dele o suco das experiências
possíveis e transcendê-lo, ou seja, passar além dele. Graças a isso existem as
civilizações, o desenvolvimento histórico da sociedade e o acúmulo de
conhecimentos no processo das sucessões dos períodos históricos. O homem que vive
sem tomar conhecimento desse processo não viveu, passou apenas pela vida, como
diz o poeta: “Passou pela vida e não viveu”. (...)A ideia fixa de que a morte é
o fim e o terror das condenações de após morte sustentam esse comércio
necrófilo em todo o mundo. Contra esse comércio simoníaco é necessário
desenvolver-se a Educação para a Morte, que, restabelecendo a naturalidade do
fenómeno, dará aos homens a visão consoladora e cheia de esperanças reais da
continuidade natural da vida nas dimensões espirituais e a certeza dos retornos
através do processo biológico da reencarnação, claramente ensinado nos próprios
Evangelhos. Conhecendo o mecanismo da vida, em que nascimento e morte se
revezam incessantemente, os instintos de morte e seus impulsos criminosos irão
se atenuando até desaparecerem por completo. Os desejos malsãos de extinção da
vida, que originam os suicídios, os assassinatos e as guerras, tenderão a se
transformar nos instintos da vida. A esperança e a confiança em Deus, bem como
a confiança na vida e nas leis naturais, criarão um novo clima no planeta, hoje
devastado pelo desespero humano. O medo e o desespero desaparecerão com o
esclarecimento racional e científico do mistério da morte, esse enigma que a
ressurreição de Jesus e os seus ensinos, bem como os do Apóstolo Paulo, já
deviam ter esclarecido há dois mil anos."
Livro " Educação para a morte" de José
Herculano Pires, Cap. 1, 2, 3 e 4
"Comentário de Kardec:
Aquilo que o homem chama purgatório é também uma figura pela qual se deve
entender, não algum lugar determinado, mas o estado dos Espíritos imperfeitos
que estão em expiação até a purificação completa que deve elevá-los ao plano
dos Espíritos felizes. Operando-se essa purificação nas diversas encarnações, o
purgatório consiste nas provas da vida corpórea."
Livro dos Espíritos, Q. n° 1013
(...)Mas
como se explica que Espíritos interrogados sobre a sua situação tenham
respondido que sofriam as torturas do inferno ou do purgatório?
—
Quando eles são inferiores e não estão completamente desmaterializados,
conservam uma parte de suas ideias terrenas e traduzem as suas impressões pelos
termos que lhes são familiares. Encontram-se num meio que não lhes permite
sondar o futuro senão de maneira deficiente. Essa é a causa por que em geral os
Espíritos errantes, ou recentemente libertados, falam como teriam feito se
estivessem na vida carnal. Inferno pode traduzir-se por uma vida de provas
extremamente penosas, com a incerteza de melhora; purgatório, por uma vida
também de provas, mas com a consciência de um futuro melhor. Quando sofres uma
grande dor, não dizes que sofres como um danado? Não são mais que palavras,
sempre em sentido figurado."
Livro dos Espíritos, Q. n° 1014 - a
"Segundo a ideia restrita que outrora se fazia dos lugares de penas e
de recompensas, e sobretudo de acordo com a opinião de que a Terra era o centro
do Universo, que o céu formava uma abóbada na qual havia uma região de
estrelas, colocava-se o céu no alto e o
inferno em baixo. Dai as expressões: subir ao céu, estar no mais alto dos céus,
ser precipitado no inferno. Hoje que a Ciência demonstrou que a Terra não é
mais do que um dos menores mundos entre tantos milhões de outros, e sem
importância especial; que traçou a história da sua formação e descreveu a sua
constituição, provando que o espaço é infinito, de maneira que não há nem alto
nem baixo no Universo, faz-se necessário renunciar a colocar o céu acima das
nuvens e o inferno nos lugares baixos. Quanto ao purgatório, nenhum lugar lhe
havia sido marcado. Estava reservado ao Espiritismo dar sobre todas essas
coisas a mais racional explicação, a mais grandiosa e ao mesmo tempo a mais
consoladora para a Humanidade. Assim, podemos dizer que trazemos em nós mesmos
o nosso inferno e o nosso paraíso e que encontramos o nosso purgatório em nossa
encarnação, em nossas vidas corpóreas ou físicas."
O Livro dos Espíritos, Q. n° 1017, Comentário de
Kardec
"A transformação da Humanidade foi predita e chegais a esse momento em
que todos os homens progressistas estão se apressando. Ela se realizará pela
encarnação de Espíritos melhores, que constituirão sobre a Terra uma nova
geração. Então os Espíritos dos maus, que a morte ceifa diariamente, e todos os
que tendem a deter a marcha das coisas serão excluídos, porque estariam
deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para
mundos novos, menos adiantados, cumprir missões penosas, nas quais poderão
trabalhar pelo seu próprio adiantamento ao mesmo tempo que trabalharão para o
adiantamento de seus irmãos ainda mais atrasados. Não vedes nessa exclusão da
Terra transformada a sublime figura do Paraíso Perdido? E no homem que veio à
Terra em condições semelhantes, trazendo em si os germes de suas paixões e os
traços de sua inferioridade primitiva, a figura não menos sublime do pecado
original ? Considerado dessa maneira, o pecado original se refere à natureza
ainda imperfeita do homem que só é responsável por si mesmo e por suas próprias
faltas, e não pelas dos seus pais.
Vós
todos, homens de fé e de boa vontade, trabalhai, portanto, com zelo e com
coragem na grande obra da regeneração, porque colhereis centuplicado o grão que
tiverdes semeado."
São Luís, O
Livro dos Espíritos, Q. n° 1019, Comentário de Kardec
UMA RAINHA DE FRANÇA, Havre, 1863
"Quem poderia, melhor do que eu, compreender a verdade destas
palavras de Nosso Senhor: Meu reino não é deste mundo? O orgulho me perdeu
sobre a Terra. Quem, pois, compreenderia o nada dos reinos do mundo, se eu não
o compreendesse? O que foi que eu levei comigo, da minha realeza terrena? Nada,
absolutamente nada. E como para tornar a lição mais terrível, ela não me
acompanhou sequer até o túmulo! Rainha eu fui entre os homens, e rainha pensei
chegar no Reino dos Céus. Mas que desilusão! E que humilhação, quando, em vez
de ser ali recebida como soberana, tive de ver acima de mim, mas muito acima,
homens que eu considerava pequeninos e os desprezava, por não terem nas veias
um sangue nobre! Oh, só então compreendi a fatuidade dos homens e das grandezas
que tão avidamente buscamos sobre a Terra!
Para preparar um lugar nesse reino são necessárias à abnegação, a
humildade, a caridade, a benevolência para com todos. Não se pergunta o que
fostes, que posição ocupastes, mas o bem que fizestes, as lágrimas que
enxugastes.
Oh, Jesus! Disseste que teu reino não era deste mundo, porque é
necessário sofrer para chegar ao Céu, e os degraus do trono não levam até lá.
São os caminhos mais penosos da vida os que conduzem a ele. Procurai, pois o
caminho através de espinhos e abrolhos e não por entre as flores!
Os homens correm atrás dos bens terrenos, como se os pudessem guardar
para sempre. Mas aqui não há ilusões, e logo eles se apercebem de que
conquistaram apenas sombras, desprezando os únicos bens sólidos e duráveis , os
únicos que lhes podem abrir as portas dessa morada.
Tende piedade dos que não ganharam o Reino dos Céus. Ajudai-os com as
vossas preces, porque a prece aproxima o homem do Altíssimo, é o traço de união
entre o Céu e a Terra. Não o esqueçais!"
Livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo,
Cap. II, item 8
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