O que Deus nos prepara. E o que o homem quer contrariar (6 junho)
"Para que nós, os cristãos, não
venhamos a falsear a profecia de que somos portadores, é imprescindível nos
atenhamos à Obra de Amor e Luz que nos cabe, na concretização dos princípios do
Mestre e Senhor, cuja lição levantamos dos velhos sepulcros da letra em que se
nos aprisiona a experiência religiosa.
Disse-nos o Senhor:
“Não julgueis para que não sejas julgado”.
Isto, decerto, não equivale dizer que é
preciso abolir a análise do nosso campo de inteligência, mas, sim, que toda
condenação é vinagre no pão da fraternidade com que pretendemos nutrir a
concórdia entre os homens.
Asseverou, de outra feita:
“Serás medido com medida idêntica a que
aplicares a teu irmão”.
Isto também não indica que devemos marchar
indiferentes a confrontações e definições, necessárias à elevação de nível do
progresso que nos é próprio, mas, sim, que usar as armas da ironia ou da
violência, com que somos defrontados no roteiro comum, será o mesmo que atirar
petróleo à fogueira, com o propósito de extinguir o incêndio da crueldade.
Lembremo-nos, na oficina de trabalho a que
fomos conduzidos, que somente amando aos inimigos e auxiliando aos que nos
perseguem, através do silêncio digno e da oração espontânea, segundo os
ensinamentos do Divino Orientador, é que realmente seremos fiéis à Luz
Profética, com que somos chamados a construir a nova Mentalidade Cristã para os
Tempos Novos.
Conjuguemos, emoções e pensamentos,
palavras e atitudes, atos e fatos, num só objetivo: a Obra de genuíno
Esclarecimento das Almas, com base em nosso próprio testemunho de serviço e de
amor, na certeza de que, se a árvore, no quadro da Natureza, retira do adubo a
seiva fecundante que lhe assegura a frutescência, em plenitude de substância e
beleza, também, nós outros, encravados, ainda, em nossas próprias imperfeições,
podemos retirar delas os mais santos recursos de aprendizado, aproveitando-os
na consecução da tarefa edificante que nos compete realizar atingindo, por fim,
a Verdadeira Comunhão com Aquele que é para nós todos, na Terra, a Luz do
Caminho, o Alimento da Verdade e o Brilho Incessante da Vida."
Mensagem n° 12 " Na Obra
Cristã" do Livro "Refúgio" de Emmanuel, psicografia de Chico
Xavier.
"ERASTO"
Paris, 1863
"Não percebeis desde já a formação da tempestade que deve
assolar o Velho Mundo, e reduzir a nada a soma das iniqüidades terrenas? Ah,
bendizei o Senhor, vós que tendes fé na sua soberana justiça, e que, novos
apóstolos da crença revelada pelas vozes proféticas superiores, ides pregar o
dogma novo da reencarnação e da elevação dos Espíritos, segundo o bom ou mau
desempenho de suas missões e a maneira porque suportaram as suas provas
terrenas. Deixai de temores! As línguas de fogo estão sobre as vossas cabeças.
Oh, verdadeiros adeptos do Espiritismo: vós sois os eleitos de Deus! Ide e
pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar os vossos
hábitos, os vossos trabalhos, as vossas futilidades, à sua propagação. Ide e
pregai: os Espíritos elevados estão convosco. Falareis, certamente, a pessoas
que não quererão escutar a palavra de Deus, porque essa palavra os convida
incessantemente ao sacrifício.
Pregareis o desinteresse aos avarentos, a
abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos e aos déspotas:
palavras perdidas, bem sei, mas que importa! É necessário regar com o vosso
suor o terreno em que deveis semear, porque ele não frutificará, não produzirá,
senão sob os esforços incessantes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e
pregai!
Sim, vós todos, homens de boa-fé, que
tendes consciência de vossa inferioridade, ao contemplar no infinito os mundos
espaciais, parti em cruzada contra a injustiça e a iniqüidade. Ide e aniquilai
o culto do bezerro de ouro, que dia a dia mais se expande. Ide, que Deus vos
conduz! Homens simples e ignorantes, vossas línguas se soltarão, e falareis
como nenhum orador sabe falar. Ide e pregai, que as populações atentas
receberão com alegria as vossas palavras de consolação, de fraternidade, de
esperança e de paz.
Que importam as ciladas que armarem no
vosso caminho? Somente os lobos caem nas armadilhas de lobos, pois o pastor
saberá defender as suas ovelhas contra os carrascos imoladores.
Ide, homens que sois grandes perante Deus,
e que, mais felizes do que Tomé, credes sem querer ver e aceitais os fatos da
mediunidade, mesmo quando nada conseguistes obter por vós mesmos. Ide: o
Espírito de Deus vos guia!
Marcha, pois, para frente, grandiosa
falange da fé! E os pesados batalhões dos incrédulos se desvanecerão diante de
ti, como as névoas da manhã aos primeiros raios de Sol.
A fé é a virtude que transporta montanhas,
disse Jesus. Mas, ainda mais pesadas que as maiores montanhas, são as jazidas
da impureza e de todos os vícios da impureza, no coração humano. Parti, pois,
cheios de coragem, para remover essas montanhas de iniqüidades que as gerações
futuras não devem conhecer, senão como pertencentes à idade das lendas, da
mesma maneira como só imperfeitamente conheceis os períodos anteriores à
civilização pagã.
Sim, as revoluções morais e filosóficas vão
eclodir em todos os pontos do globo. Aproxima-se a hora em que a luz divina
brilhará sobre os dois mundos.
Ide, pois, levando a palavra divina aos
grandes, que a desdenharão; aos sábios, que desejarão prová-la; e aos simples e
pequeninos, que a aceitarão, pois principalmente entre os mártires do trabalho,
nesta expiação terrena, encontrareis entusiasmo e fé. Ide, que estes receberão
jubilosos, agradecendo e louvando a Deus, a consolação divina que lhes
oferecerdes; e, baixando a fronte, renderão graças pelas aflições que a Terra
lhes reservou.
Arme-se de decisão e coragem a vossa falange!
Mãos à obra! O arado está pronto, a terra preparada: arai!
Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa
que vos concedeu. Mas, cuidado, que entre os chamados para o Espiritismo,
muitos se desviaram da senda! Atentai, pois, no vosso caminho, e buscai a
verdade.
Perguntareis, então: Se entre os chamados
para o Espiritismo, muitos se transviaram, como reconhecer os que se acham no
bom caminho?
Responderemos: Podeis reconhecê-los pelos
ensinos e a prática dos verdadeiros princípios da caridade; pela consolação que
distribuírem aos aflitos; pelo amor que dedicarem ao próximo; pela sua abnegação
e o seu altruísmo. Podeis reconhecê-los, finalmente, pela vitória dos seus
princípios, porque Deus quer que a sua lei triunfe, e os que a seguem são os
escolhidos, que vencerão. Os que, porém, falseiam o espírito dessa lei, para
satisfazerem sua vaidade e sua ambição, esses serão destruídos. Reconhecer os
que se acham no bom caminho?
Responderemos: Podeis reconhecê-los pelos
ensinos e a prática dos verdadeiros princípios da caridade; pela consolação que
distribuírem aos aflitos; pelo amor que dedicarem ao próximo; pela sua
abnegação e o seu altruísmo. Podeis reconhecê-los, finalmente, pela vitória dos
seus princípios, porque Deus quer que a sua lei triunfe, e os que a seguem são
os escolhidos, que vencerão. Os que, porém, falseiam o espírito dessa lei, para
satisfazerem sua vaidade e sua ambição, esses serão destruídos."
E. S. E. Cap. XX, item n 4 - II – Missão
dos Espíritas
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