Educação para a Vida e para a Morte - Na grande Barreira (27 de outubro)

" A vida espiritual é, realmente, a verdadeira vida, a vida normal do Espírito. Sua existência terrena é transitória e passageira, uma espécie de morte, se comparada ao esplendor e à atividade da vida espiritual. O corpo: é uma vestimenta grosseira, que envolve temporariamente o Espírito, verdadeira cadeia que o prende à gleba terrena, e da qual ele se sente feliz em libertar-se. O respeito que temos pelos mortos não se refere à matéria, mas, através da lembrança, ao Espírito ausente. É semelhante ao que temos pelos objetos que lhe pertenceram, que ele tocou em vida, e que guardamos como relíquias." 
(E. S. E. Cap. XXIII item 8).

"Quem primeiro cuidou da Psicologia da Morte e da Educação para a morte, em nosso tempo, foi Allan Kardec. Ele realizou uma pesquisa psicológica exemplar, sobre o fenômeno da morte. Por anos seguidos falou a respeito com os espíritos dos mortos. E, considerando o sono como irmão ou primo da morte, pesquisou também os espíritos de pessoas vivas durante o sono. Isso porque, segundo verificara, os que dormem saem do corpo durante o sono. Alguns saem, e não voltam: morrem".
"Desconhecendo a complexidade do processo da vida, o homem terreno sempre se apegou, principalmente nas civilizações ocidentais, ao conceito negativo da morte como frustração total de todas as possibilidades humanas."
"A Educação para a Morte não é nenhuma forma de preparação religiosa para a conquista do Céu. É um processo educacional que tende a ajustar os educandos à realidade da Vida, que não consiste apenas no viver, mas também no existir e no transcender. A vida e a morte constituem os limites da existência. Entre o primeiro grito da criança ao nascer e o último suspiro do velho ao morrer, temos a consciência do ser e do seu destino. As plantas e os animais vivem simplesmente, deixam-se levar na correnteza da vivência, entregues às forças naturais do tropismo e dos institntos.
...Mas a criatura humana é um ser definido, que reflete o mundo na sua consciência e se ajusta a ele, não para nele permanecer, mas para conquistá-lo, tirar dele o suco das experiências possíveis e transcendê-lo, ou seja, passar além dele."
"Seria estranho, e até mesmo irônico que, num Universo em que nada se perde, tudo se transforma, o homem fosse a única exceção peerecível, sujeito a desaparecer com os seus despojos."
"O homem é imortal. Ao morrer na Terra, transfere-se para os planos de matéria mais sutil e rarefeita, em que continua a viver com mais liberdade e maiores possibilidades de realizações, certamente inconcebíveis aos que ficam no plano terreno."
"A mente não é física e por meios não físicos age sobre a matéria, O cérebro é simplesmente o instrumento de manifestação da mente no plano físico. Isso equivale a dizer que o homem é espírito e não apenas um organismo biológico."
"...Desta maneira, mortos e vivos somos todos. Revezamo-nos na Terra e no Espaço porque a lei de evolução exige o nosso aprimoramento contínuo. Se no plano espiritual os limites de nossas potencialidades de aprendizado se esgotam, por falta de desenvolvimento dos potenciais anímicos, retornamos às duras experiências terrenas. A reencarnação é uma exigência do nosso atraso evolutivo, como a semeadura da semente na terra é a exigência básica da sua germinação e do seu crescimento. Assim, nascimento e morte são fenômenos naturais da vida, que não devemos confundir com desgraça ou castigo. Só os homens matam para vingar-se ou cobrar dívidas afetivas. Deus não mata, cria."
"A ideia trágica da morte sobrevive em nosso tempo, apesar do avanço das Ciências e do desenvolvimento geral da Cultura. Há milhões de anos morremos e ainda não aprendemos que vida e morte são ocorrências naturais." Livro "Educação para a Morte" (EXCERTOS) de José Herculano Pires)
"Semanas depois de Herculano Pires ter desencarnado os filhos colocaram no túmulo desprovido de ornamento uma lápide de mármore onde pode ser lida a primeira estrofe do soneto “Vida e Morte”, escrito por Herculano Pires e oferecido à esposa Virgínia no dia do aniversário de casamento:

"Não procures no túmulo vazio
a alma querida que deixou a Terra.
A morte encerra a vida e a vida encerra
a morte – como eterno desafio."

" Ninguém fica no túmulo sombrio
onde somente o corpo é que se enterra.
A alma se eleva além da vida e erra
em mares de bonança e de amavio."

"Busca no céu, nos ares, no infinito,
na quinta dimensão, no firmamento,
o ser querido que te deixa aflito."

"Hás de encontrá-lo quando, num momento,
rompendo as ilusões do teu conflito,
possas falar-lhe pelo pensamento."

"A vida é uma espera constante da morte. Todos sabemos que temos de morrer e que a morte pode sobrevir a qualquer instante. Essa certeza absoluta e irrevogável não pode ser colocada à margem da vida. E como não sabemos qual é a extensão de tempo que nos foi concedido, convém que iniciemos o quanto antes a nossa preparação, através de uma educação segundo o conceito de ‘existência’. Quanto antes nos prepararmos para a vida em termos de educação para a morte, mais fácil e benigna se tornará a nossa morte, a menos que pesem sobre ela compromissos agravantes de um passado criminoso.”

“Enganam-se os que pensam nos mortos como mortos. Eles estão mais vivos do que nós, dispõem de visão mais penetrante que a nossa, são criaturas mais definidas, e podem ver-nos, visitar-nos e comunicar-se connosco com mais facilidade e naturalidade. É preciso que não nos esqueçamos deste ponto importante: os homens são espíritos e os espíritos nada mais são do que homens libertos das injunções da matéria." (escreveu Herculano Pires)

Inevitavelmente nos encontraremos na grande Barreira, esta barreira descrita por tantos espíritos através da faculdade mediunica de inúmeros médiuns e descrita também por pacientes com experiências de EQM, os últimos relatando que não lhes foi permitido transpola pois não havia chegado o momento tendo retornado ao corpo físico.

Educação para a vida, pois enquanto estamos no corpo físico gozamos da oportunidade de nos melhorarmos, Educação para a Morte que é apenas um momento de transição para o qual levaremos apenas as nossas conquistas morais, o resultado dos nossos trabalhos, as nossas aprendizagens. Assim, transpondo a grande Barreira que possamos ir mais preparados para a continuação da nossa existência agora em outra dimensão. 

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