Expiação e Arrependimento (27 setembro)
Duvidas, angustias, sentimentos de culpa que nos condicionam e compromete a nossa saúde física e mental, como mudar isso em nós, onde é possível encontrar a solução?
Simples (ou não!) a solução está dentro de cada um, na viagem que fazemos para dentro de nós mesmos, no trabalho de autoconhecimento que nos poderá conduzir à reforma intima.
Para as nossas duvidas procuremos esclarecimento, para as nossas angustias, Fé, para as nossas culpas, Perdão e Amor.
Aqui ficam alguns excertos sobre os quais vale a pena meditar...
"EXPIAÇÃO: Pena que sofrem os
Espíritos em punição de faltas cometidas durante a vida corporal. A expiação,
como sofrimento moral, se dá no estado errante; como sofrimento físico, ela se
dá no estado corporal. As vicissitudes e os tormentos da vida corporal são, ao
mesmo tempo, provas para o futuro e uma expiação para o passado."
Instruções práticas sobre as manifestações espíritas - Vocabulário Espírita – definição de Allan KARDEC.
“A expiação, no mundo dos Espíritos e na
Terra, não é um duplo castigo para o
Espírito; é o mesmo que continua na Terra, como complemento, com vistas a lhe facilitar sua melhora por um trabalho
efetivo; depende dele tirar disso proveito. Não lhe é preferível voltar à Terra com a
possibilidade de ganhar o céu, a ser condenado a deixa-la sem remissão? Essa
liberdade que lhe é concedida é uma prova da sabedoria, da bondade e da justiça
de Deus, que quer que o homem tudo deva aos seus esforços e seja o artífice do
seu futuro; se é infeliz, e o é por mais ou menos tempo, não pode disso se
queixar senão de si mesmo: a via do progresso lhe está sempre aberta." Livro
" O Céu e o Inferno" - Primeira Parte – Doutrina, cap. V - O
Purgatório, item 6.
" O arrependimento,
conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são
precisas a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação
constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de
uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação,
abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode
anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça,
não uma anulação." Livro "Ceu e Inferno" de Allan KARDEC, AS PENAS
FUTURAS SEGUNDO O ESPIRITISMO, item 16.
" Q. 1000. Podemos, desde esta vida, resgatar
as nossas faltas?
— Sim,
reparando-as. Mas não julgueis resgatá-las por algumas privações pueris ou por meio
de doações de após a morte, quando de nada mais necessitais. Deus não considera
um arrependimento estéril, sempre fácil e que só custa o trabalho de bater no peito.
A perda de um dedo, quando se presta um serviço, apaga maior número de faltas do
que o cilício suportado durante anos, sem outro objetivo que o bem de si mesmo. O mal não é reparado senão pelo bem, e a reparação não tem mérito
algum se não atingir o homem no seu orgulho ou nos interesses materiais. De que
lhe serve restituir após a morte, corno justificação, os bens mal adquiridos, que
foram desfrutados em vida e já não lhe servem para nada? De que lhe serve a privação
de alguns gozos fúteis e de algumas superfluidades, se o mal que fez a outrem continua
o mesmo? De que lhe serve, enfim, humilhar-se diante de Deus, se conserva o seu
orgulho diante dos homens? " Livro dos Espiritos.
" O arrependimento pode dar-se por toda
parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo.
Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos
sofrimentos físicos e morais que lhe são consequentes, seja na vida atual, seja
na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal. A
reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não
repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á
numa existência ulterior em contacto com as mesmas pessoas que de si tiverem
queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes
reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito. Nem todas as
faltas acarretam prejuízo direto e efetivo; em tais casos a reparação se opera,
fazendo-se o que se deveria fazer e foi descurado; cumprindo os deveres
desprezados, as missões não preenchidas; praticando o bem em compensação ao mal
praticado, isto é, tornando-se humilde se se tem sido orgulhoso, amável se se
foi austero, caridoso se se tem sido egoísta, benigno se se tem sido perverso,
laborioso se se tem sido ocioso, útil se se tem sido inútil, frugal se se tem
sido intemperante, trocando em suma por bons os maus exemplos perpetrados. E
desse modo progride o Espírito, aproveitando-se do próprio passado.
Nota: A
necessidade da reparação é um princípio de rigorosa justiça, que se pode
considerar verdadeira lei de reabilitação moral dos Espíritos. Entretanto, essa
doutrina religião alguma ainda a proclamou. Algumas pessoas repelem-na porque
acham mais cômodo o poder quitarem-se das más ações por um simples
arrependimento, que não custa mais que palavras, por meio de algumas fórmulas;
contudo, crendo-se, assim, quites, verão mais tarde se isso lhes bastava. Nós
poderíamos perguntar se esse princípio não é consagrado pela lei humana, e se a
justiça divina pode ser inferior à dos homens? E mais, se essas leis se dariam
por desafrontadas desde que o indivíduo que as transgredisse, por abuso de
confiança, se limitasse a dizer que as respeita infinitamente. Por que hão de
vacilar tais pessoas perante uma obrigação que todo homem honesto se impõe como
dever, segundo o grau de suas forças? Quando esta perspectiva de reparação for
inculcada na crença das massas, será um outro freio aos seus desmandos, e bem
mais poderoso que o inferno e respectivas penas eternas, visto como interessa à
vida em sua plena atualidade, podendo o homem compreender a procedência das
circunstâncias que a tornam penosa, ou a sua verdadeira situação.(...)" Livro
"Ceu e Inferno" de Allan KARDEC, AS PENAS FUTURAS SEGUNDO O ESPIRITISMO, item 17.
“Não há crer, no entanto, que todo sofrimento
suportado neste mundo denote a existência
de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e apressar
o seu progresso. Assim, a expiação serve
sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e expiações, todavia,
são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa
ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada
obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar,
pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja
sido a luta. Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons,
de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parece nada de mau haverem trazido
de suas precedentes existências e que sofrem, com resignação toda cristã, as maiores
dores, somente pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar. Pode-se, ao contrário,
considerar como expiações as aflições que provocam queixas e impelem o homem à revolta
contra Deus. Sem dúvida, o sofrimento que
não provoca queixumes pode ser uma expiação; mas é indício de que foi buscada voluntariamente,
antes que imposta, e constitui prova deforte resolução, o que é sinal de progresso.”
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V
- Bem-aventurados os aflitos -Causas anteriores das aflições, item 9.
" Em que pese à diversidade de
generos e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida
futura pode resumir-se nestes três princípios:
1º — O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º — Toda imperfeição, assim como toda falta
dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e
inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio,
sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
3º — Podendo todo homem libertar-se das
imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos
e assegurar a futura felicidade.
"A cada um
segundo as suas obras, no Céu como na Terra: — tal é a lei da Justiça Divina."
Livro "Ceu e Inferno" de Allan KARDEC,
AS PENAS FUTURAS SEGUNDO O ESPIRITISMO,
item 33 .
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