Laços de família (12 de fevereiro)


 "O dogma da reencarnação indefinida encontra oposições no coração do encarnado que ama, porquanto, em presença dessa infinidade de existências, produzindo novos laços em cada uma delas, ele pergunta com assombro em que se tornam as afeições particulares, e se estas não se fundem num único amor geral, o que destruiria a persistência da afeição individual. Ele se pergunta se esta afeição individual não é apenas um meio de adiantamento e então o desânimo se insinua em sua alma, porque a verdadeira afeição experimenta a necessidade de um amor eterno, sentindo que ela não se cansará jamais de amar. O pensamento desses milhares de afeições idênticas lhe parece uma impossibilidade, mesmo admitindo faculdades maiores para o amor.
O encarnado que estuda seriamente o Espiritismo, sem ideia preconcebida para um sistema, de preferência a outro, sente-se arrastado à reencarnação pela justiça que resulta do progresso e do avanço do Espírito em cada nova existência; mas quando o estuda do ponto de vista das afeições do coração, duvida e se assusta, mau grado seu. Não podendo pôr de acordo esses dois sentimentos, diz a si mesmo que aí ainda há um véu a levantar e seu pensamento em trabalho atrai as luzes dos Espíritos para conciliar o coração com a razão.(...)
Contemplai a Humanidade e vede quão poucas são as afeições verdadeiras na Terra!
       Assim, não se devem admirar tanto da multiplicidade das afeições aí contraídas. São em minoria relativa, mas existem, e as que são reais persistem e se perpetuam sob todas as formas, primeiro na Terra, depois continuam no estado de Espírito, numa amizade ou num amor inalterável, que só faz crescer e se elevar cada vez mais."
Revista Espírita de fevereiro de 1864


"Os Laços de Família são Fortalecidos pela Reencarnação e Rompidos pela Unicidade da Existência.
Os laços de família não são destruídos pela reencarnação, como pensam certas pessoas. Pelo contrário, são fortalecidos e reapertados. O princípio oposto é que os destrói.
Os Espíritos formam, no espaço, grupos ou famílias, unidos pela afeição, pela simpatia e a semelhança de inclinações. Esses Espíritos, felizes de estarem juntos, procuram-se. A encarnação só os separa momentaneamente, pois que, uma vez retornando a erraticidade, eles se reencontram, como amigos na volta de uma viagem. Muitas vezes eles seguem juntos na encarnação, reunindo-se numa mesma família ou num mesmo círculo, e trabalham juntos para o seu progresso comum. Se uns estão encarnados e outros não, continuarão unidos pelo pensamento. Os que estão livres velam pelos que estão cativos, os mais adiantados procurando fazer progredir os retardatários. Após cada existência terão dado mais um passo na senda da perfeição."

E. S. E. Cap. IV, item 18

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