Espreitando o Espiritismo: Há Muitas Moradas na Casa de Meu Pai (8 de outubro)
Parábola de Jesus:
Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede
também em mim. – Há muitas moradas na casa de meu pai. Se assim não fosse, eu
vo-lo teria dito; pois vou preparar-vos o lugar. E depois que eu me for, e vos
aparelhar o lugar, virei outra vez e tomar-vos-ei para mim, para que lá onde
estiver, estejais vós também. (João, XIV:1-3).”
Evangelho Segundo o Espiritismo,
Cap. III
Há muitas Moradas na Casa de meu
Pai, item 1
Pluralidade
dos mundos habitados
Reunião
pública de 6/11/59
Questão
nº 55
“Enquanto
o homem se encaminha para a Lua, estudando-a de perto, comove-nos pensar que a
Doutrina Espírita se referia à pluralidade dos mundos habitados, precisamente
há mais de um século.
Acresce
notar, ainda, que os veneráveis orientadores da Nova Revelação, guiando o
pensamento de Allan Kardec, fizeram-no escrever a sábia declaração: “Deus
povoou de seres vivos todos os mundos, concorrendo esses seres ao objetivo
final da Providência.”
Sabemos
hoje que moramos na Via-Láctea — a galáxia comparável a imensa cidade nos
domínios universais. Essa cidade possui mais de duzentos milhões de sóis,
transportando consigo planetas, asteroides, cometas, meteoros, aluviões de
poeira e toda uma infinidade de turbilhões energéticos.
Entre
esses sóis está o nosso, modestíssimo foco de luz, considerando-se que Sírius,
um de seus vizinhos, apresenta brilho quarenta vezes maior. E, acompanhando-o,
a nossa Terra, com todo o cortejo de suas orgulhosas nações, tem a importância
de uma “casa nos fundos”, visto que, se a Lua é satélite nosso, o Globo que nos
asila é satélite pequenino desse mesmo Sol que nos sustenta. Viajando a luz com
a velocidade de trezentos mil quilômetros por segundo, gasta milhares de anos
para atravessar, de um ponto a outro, o continente galáctico em que residimos.
Mas os
espelhos telescópicos do homem já conseguem assinalar a existência de milhões e
milhões de outras galáxias, mais ou menos semelhantes à nossa, a se espraiarem
na vastidão do Universo.
Até
agora, neste breve lembrete, nos reportamos simplesmente, ao campo físico
observável pelos homens encarnados, atreitos, como é natural, ao raio reduzido
da perceção que lhes é própria, sem nos referirmos às esferas espirituais mais
complexas que rodeiam cada planeta, quanto cada sistema.
Nesse
critério, vamos facilmente encontrar, em todos os círculos cósmicos, os seres
vivos da asserção de Kardec, embora a instrumentação do homem não os divise a
todos. Eles se desenvolvem através de inimagináveis graus evolutivos,
cabendo-nos reconhecer que, em aludindo à pluralidade dos mundos habitados, não
se deverá olvidar a gama infinita das vibrações e os estados múltiplos da
matéria.
Temos,
assim, no Espaço Incomensurável, mundos-berços e mundos experiências,
mundos-universidades e mundos-templos, mundos-oficinas e mundos-reformatórios,
mundos-hospitais e mundos-prisões.
Saudamos,
pois, o advento da nova era, em que o homem físico, valendo-se principalmente
do rádio e do radar, do foguete e do cérebro eletrônico, pode incursionar além
da Lua, auscultando, em regime de limitação.
É
compreensível, as faixas de matéria em que psiquicamente se entrosa.
E
desejando-lhe paz, a fim de que prossiga em suas arrojadas e preciosas
perquirições, podemos assegurar que em todos os planos a consciência acordada à
luz da razão e da responsabilidade surpreenderá sempre, por base de todo
aperfeiçoamento moral, o preceito do Cristo que coloca “o amor a Deus 99 e ao
próximo» como sendo o coração da vida, pulsando, invariável, no peito da
Justiça Divina que manda, em toda parte, conferir a cada um segundo as próprias
obras.”
Chico Xavier, Livro Religião dos Espíritos, Cap. Nº 78
“Q. nº 55. Todos os globos que circulam no espaço são habitados?
–Sim e o homem terreno está bem longe de ser, como
acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição. Há, entretanto,
homens que se julgam espíritos fortes e imaginam que só este pequeno globo
tem o privilégio de ser habitado por seres racionais. Orgulho e vaidade!
Creem que Deus criou o Universo somente para eles.
Comentário
de Kardec: Deus
povoou os mundos de seres vivos, e todos concorrem para o objetivo final da
Providência. Acreditar que os seres vivos estejam limitados apenas ao ponto que
habitamos no Universo seria pôr em dúvida a sabedoria de Deus, que nada fez de
inútil e deve ter destinado esses mundos a um fim mais sério do que o de
alegrar os nossos olhos. Nada, aliás, nem na posição, no volume ou na
constituição física da Terra, pode razoavelmente levar-nos à suposição de que
tenha o privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de mundos
semelhantes.”
Livro dos
Espíritos
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