“Um dia a morte vem…”(29 de outubro)



“Tudo tem seu apogeu e seu declínio...

É natural que seja assim, todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos o nada, eis que a vida ressurge, triunfante e bela!
Novas folhas, novas flores, na infinita bênção do recomeço!”
Chico Xavier
“Muito embora a lágrima sentida ocupe o seu lugar, quando desses transes difíceis, faz-se necessário atentar para os excessos, que são, sem dúvida, expressões da mente bloqueada ou da alma emparedada em ignorância desarticuladora, impedindo-se de pensar mais alto.
Há familiares que se desesperam de tal modo, que mais parecem descarregar as quotas de remorsos para com os desencarnados, do que propriamente saudade e ternura.
Há casos de tamanha revolta, diante da lei que não tem exceção, que passam a acusar, sem que se apercebam, os afetos trespassados, como responsáveis por seus sofrimentos.
Há situações em que familiares e amigos, num processo inconsciente de autopiedade, valem-se do passamento dos entes caros, a fim de exteriorizar a carência afetiva que os caracteriza. Não pensam claramente no morto, mas, em si mesmos, elastecendo o sofrimento, atraindo para si as atenções e cuidados gerais.
Para e pensa, pois, nessas questões.
Não obstante a morte imponha amargura e dor, frustração e lágrimas naqueles que ficam, nas lides da atividade carnal, vale a pena estejas vigilante, para que o egoísmo milenário (...) não se imiscua nos teus sentimentos verdadeiros.
Cultiva, então, o bom senso.
Sofre e chora sem que o teu sofrimento perturbe os outros, e sem que tuas lágrimas traiam teus desejos íntimos de afago, na descompensação em que te achas.
Aprende a sofrer retirando bom aproveitamento do padecer, amadurecendo, superando-te, para que as tuas provas ou expiações humanas, de facto, façam-te avançar para Deus, e não te aguilhoem aos postes morais do indivíduo espiritualmente pigmeu.
Choras por´teus mortos? Então, faze desse pranto um aceno de ternura e um bilhete de paz, onde tu digas aos amores desencarnados: “Até breve; que Deus te abençoe, ser querido!” 

Livro “Revelações
da Luz”, de Raul Teixeira pelo Espírito camilo

“Regozijai-vos ao invés de vos lamentar, quando apraz a Deus retirar um de seus filhos deste vale de misérias. Não há egoísmo em desejar que ele aí permanecesse para sofrer
convosco?
 Ah! essa dor se concebe naquele que não tem fé, e que vê na morte uma separação eterna; mas, vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor desembaraçada de seu envoltório corporal; mães, sabeis que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim,
bem perto; seus corpos fluídicos vos cercam, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os embriaga de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque elas denotam uma falta de fé e são uma revolta contra a vontade de Deus.
 Vós que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações de vosso coração chamando esses entes bem-amados, e se pedirdes a Deus para os abençoar, sentireis em vós essas poderosas consolações que secam as lágrimas, essas aspirações maravilhosas que vos mostrarão o futuro prometido pelo soberano Senhor. (SANSON, antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, 1863.)”
Evangelho Segundo o Espiritismo,
Cap. V, item 21
                          
            “Viver é sempre dizer aos outros que eles são importantes. Que nós os amamos, porque um dia eles se vão e ficaremos com a impressão de que não os amamos o suficiente.”
Chico Xavier
“A Borboleta”
            “Parece uma nota de leveza a distender-se na pauta do dia... a elegante borboleta!
 Trespassa os ares, sobrevoa o prado, beija as folhas farfalhantes e dribla o vento apressado e irreverente...
 No seu voo suave e azulíneo, como se fora uma pétala a voejar, balançando no espaço, sobrepaira o espelho plácido dos lagos, quanto baila em meio às gotículas que se desprendem das quedas d’água. Seu matiz é mensagem de alegria, sua liberdade é um
convite à paz.
 Contudo, dias antes de mostrar-se tão bela e faceira, não passava de larva rastejante no solo húmido ou escondida na casca apodrecida de algum tronco relegado. Jamais sonharia com o beijo do sol.
Dependia de alimento tomado aqui e acolá, nas ramagens dadivosas, desconhecendo as corolas cromadas e a doçura dos néctares de que ora se serve.
 Era lagarta...
 Hoje é borboleta...
 **
Quando você for constrangido a acompanhar, com lágrimas, aquele afeto que se despede das refregas do mundo, rumando para o Mais Além, tente não lastimar por costume irrefletido; faça esforços para não desesperar. A vida não se resume num punhado de matéria que entrará em dissociação. Nem será a vida a conjunção de episódios marcantes ou insignificantes, promotores de esparsos sorrisos e rios de pranto. O destino dos que estão na vida acanhado do mundo é a Vida na Amplidão.  Mesmo com dores n’alma, despeça-se do coração querido com suave ‘até logo’, porque todos que se arrastam no terreno lodacento das experiências humanas deverão, a seu tempo, converter-se em seres vivazes a planarem altivos sobre as ondas agras das vicissitudes terrenas, no fulgurante voo da imortalidade.  Como as borboletas... a liberdade, enfim! 
Livro “Rosângela” de Raul Teixeira
Se tiver que amar, ame hoje.
Se tiver que sorrir, sorria hoje.
Se tiver que chorar, chore hoje.
Pois o importante é viver hoje.
O ontem já foi e o amanhã talvez não venha.
Chico Xavier

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