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“Não há Planeta B” à Luz do Espiritismo(24 de setembro 2019)


         Todos sabemos que estamos na transição entre um Mundo de Provas e Expiações para outro de Regeneração, no entanto, que Planeta deixaremos como herança aos que reencarnarem depois de nós? Quando voltarmos a reencarnar que lugar iremos encontrar?
Tudo vai depender da nossa atitude a partir do presente. No futuro receberemos de volta, exactamente o que plantarmos.
Que possamos usar o nosso livre arbítrio de forma consciente, esclarecidos e com a certeza que ninguém pode escapar ao efeito da lei de ação e reacção.
Neste sentido o Espiritismo e a Ecologia, com estudos muito semelhantes, bem compreendidos têm muito para nos ensinar.

         “Ainda entretido com a ausência dos assuntos ambientais em tantas casas espíritas, lembrei-me de que uma das razões para tudo isso estar acontecendo poderia ser encontrada em algumas frases que usamos para expressar a nossa fé.
Os espíritas – assim como os seguidores de outras doutrinas ou religiões – afirmam suas crenças por meio de frases curtas que emprestam sentido às suas convicções. Essas frases alimentam a nossa fé pelas ideias que encerram. “O acaso não existe” é uma delas. Toda vez que dizemos “o acaso não existe”, reafirmamos nossa confiança em Deus, na “Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas”, na Providência ou na ordem estabelecida em meio ao caos.
Pois bem, há pelo menos duas frases repetidas com frequência no Movimento Espírita que poderiam explicar esse distanciamento dos assuntos ecológicos. Ao compartilhá-las aqui, não guardo nenhuma pretensão de estar dizendo uma verdade absoluta. São apenas elementos de reflexão que podem auxiliar a compreensão do problema.
Uma dessas frases é a seguinte: “A verdadeira vida é a vida espiritual”. Concordamos inteiramente. Para o espiritual. É forçoso admitir, porém, que muitos de nós usamos esta frase para legitimar o desinteresse, a desatenção, o completo desapego dos assuntos terrenos.
Esse é um assunto delicado, sobre o qual há certa confusão. É preciso reconhecer que a vida espiritual não começa no exato instante da desencarnação. Somos Espíritos encarnados, portanto, experimentamos desde já a vida espiritual – embora com restrições, dadas as limitações impostas pelo corpo físico – e precisamos nos lembrar sempre de que somos Espíritos
animando corpos, e não corpos animando Espíritos. Há que se reconhecer também que o “horário nobre” de nossa existência é aqui e agora, já que as escolhas que fizermos a cada instante definirão a qualidade de nossa vida espiritual.
Uma vez encarnados, é evidente que devemos ter alguma preocupação com a matéria (nosso corpo, nosso planeta) enquanto aqui estivermos. Sem exagero, sem ilusões – pois que nada disso nos pertence e daqui só levaremos o que “as traças e a ferrugem não consomem e os ladrões não furtam nem roubam”, como asseverou Jesus –, mas reconhecendo que faz parte de nosso aprendizado espiritual nos relacionarmos de forma saudável, inteligente e responsável com os assuntos da matéria, consagrando parte do nosso tempo à manutenção do corpo e do planeta que nos acolhem.
“Eu estou aqui de passagem” é outra frase bastante repetida. Com ela, afirma-se a impermanência, a transitoriedade de todas as coisas, o eterno devir preconizado pelos filósofos gregos, a realidade física inexorável do universo onde nada é, tudo está.
Dependendo da forma como se diz, muitos daqueles que repetem a frase “eu estou aqui de passagem” podem estar reforçando o estoque de desapreço e desinteresse pelos assuntos do aqui e do agora. Por que vou me preocupar com o aquecimento global se em breve não estarei mais aqui? Por que economizar água e energia se estarei desencarnado em alguns anos? Se deixarmos um legado material e espiritual no planeta – onde poderemos eventualmente reencarnar –, é evidente que, mesmo de passagem, devemos nos preocupar com os nossos rastros.
Pela lei de causa e efeito, o eventual desperdício ou uso irresponsável dos recursos naturais terá implicações em nosso processo evolutivo. Portanto, não é porque a vida é transitória que não precisamos prestar atenção naquilo que fazemos – e também naquilo que deixamos de fazer, apenas porque retornaremos em breve à pátria espiritual. Cabe a nós identificar quais ações podemos fazer, e de que jeito, para tornar este mundo um lugar melhor e mais justo. Portanto, mesmo de passagem, há que se cuidar melhor do mundo onde estagiamos em nossa jornada evolutiva."
(André Trigueiro)
Do livro Espiritismo e ecologia, editora FEB.
* André Trigueiro é colunista do Jornal da Globo, e no site G1 sobre o tema “Sustentabilidade”.


       “Melhorando-se, a Humanidade verá depurar-se a atmosfera fluídica em cujo meio vive, porque não lhe enviará senão bons fluidos, e estes oporão uma barreira à invasão dos maus. Se um dia a Terra chegar a ser povoada somente por homens que, entre si, pratiquem as leis divinas do amor e da caridade,
ninguém duvida que eles se encontrarão em condições de higiene física e moral completamente diversas das hoje existentes.
Sem dúvida esse tempo ainda está longe, mas, enquanto se espera, essas condições podem existir parcialmente, cabendo às assembleias espíritas dar o exemplo. Os que tiverem possuído a luz serão mais repreensíveis, porque terão tido em mãos os meios de se esclarecer; incorrerão na responsabilidade dos retardamentos que seu exemplo e sua má vontade tiverem trazido ao melhoramento geral.
Isto é uma utopia, um discurso em vão? Não; é uma dedução lógica dos próprios fatos, que o Espiritismo revela diariamente.
Com efeito, o Espiritismo nos prova que o elemento espiritual, que até o presente tem sido considerado como a antítese do elemento material, tem com esse último uma conexão íntima, donde resulta uma porção de fenómenos não observados ou incompreendidos.
Quando a Ciência tiver assimilado os elementos fornecidos pelo Espiritismo, ela aí colherá novos e importantes elementos para o melhoramento material da Humanidade.
Assim, a cada dia vemos alargar-se o círculo das aplicações da doutrina que, como alguns ainda pensam, está longe de se restringir ao pueril fenómeno das mesas girantes e outros efeitos de mera curiosidade.
Realmente o Espiritismo não tomou o seu impulso senão no momento em que entrou na via filosófica; é menos divertido para certa gente, que nele buscava apenas uma distracção, mas é mais bem apreciado pelas pessoas sérias, e o será ainda mais, à medida que for mais bem compreendido em suas consequências.”
Revista Espírita de Maio de 1867

       “Q. nº 705. Por que a terra nem sempre produz bastante para fornecer o necessário ao homem?
         — É que o homem a negligencia, o ingrato e, no entanto, ela é uma excelente mãe. Frequentemente ele ainda acusa a Natureza pelas consequências da sua imperícia ou da sua imprevidência. A terra produziria sempre o necessário, se o homem soubesse contentar-se. Se ela não supre a todas as necessidades é porque o homem emprega no supérfluo o que se destina ao necessário. Vede o árabe no deserto como encontra sempre do que viver, porque não cria necessidades fictícias. Mas quando metade dos produtos é desperdiçada na satisfação de fantasias, deve o homem se admirar de nada encontrar no dia seguinte e tem razão de se lastimar por se achar desprevenido quando chega o tempo de escassez? Na verdade, eu vos digo que não é a Natureza a imprevidente, é o homem que não sabe regular-se.”
Livro dos Espíritos

        “A Terra produz o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar a sua produção, segundo as leis de justiça, caridade e amor ao próximo. Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o que sobrar para um determinado momento, suprirá a insuficiência momentânea de outro, e todos terão o necessário. O rico, então, considerará a si mesmo como um homem que possui grandes depósitos de sementes: se as distribuir, elas produzirão ao cêntuplo, para ele e para os outros; mas, se as comer sozinho, se as desperdiçar e deixar que se perca o excedente do que comeu, elas nada produzirão, e todos ficarão em necessidade. Se as fechar no seu celeiro, os insetos as devorarão. Eis por que Jesus ensinou: Não amontoeis tesouros na Terra, pois são perecíveis, mas amontoai-os no céu, onde são eternos. Em outras palavras: não deis mais importância aos bens materiais do que aos espirituais, e aprendei a sacrificar os primeiros em favor dos segundos.
Não é através de leis que se decretam a caridade e a fraternidade. Se elas não estiverem no coração, o egoísmo as asfixiará sempre. Fazê-las ali penetrar, é a tarefa do Espiritismo.”
Olhai as aves do céu, Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXV, item 8



“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”
Chico Xavier

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