E depois da morte? ..NADA!?!...mas o NADA não existe! (9 de junho)



“Nós vivemos, nós pensamos, nós agimos — eis o que é positivo. E nós morremos — o que não é menos certo. Mas ao deixar a Terra para onde vamos? No que nos transformamos? Estaremos melhor ou pior? Seremos ainda nós mesmos ou não mais o seremos? Ser ou não ser — essa é a alternativa. Ser para todo o sempre ou nunca mais ser. Tudo ou nada. Viveremos eternamente ou tudo estará acabado para sempre. Vale a pena pensarmos em tudo isso?

Toda criatura humana sente a necessidade de viver, de gozar, de amar, de ser feliz. Diga-se àquele que sabe que vai morrer que ele ainda viverá ou que a sua hora foi adiada. Diga-se sobretudo, que ele será mais feliz do que já foi — e o seu coração palpitará de alegria. Mas de que serviriam essas aspirações de felicidade, se basta um sopro para dissipá-las?

Haverá alguma coisa mais desesperadora do que essa ideia de destruição absoluta? Sagradas afeições, inteligência, progresso, saber laboriosamente adquirido, tudo seria destruído, tudo estaria perdido! Que necessidade teríamos de nos esforçar para ser melhores, de nos constrangermos na repressão das paixões, de nos fatigarmos no aprimoramento do espírito, se de tudo isso não iremos colher nenhum fruto? E, sobretudo, diante da ideia de que amanhã, talvez, tudo isso não nos sirva para nada? Mas, se assim fosse, a sorte do homem seria cem vezes pior que a do bruto. Porque este vive inteiramente no presente, na plena satisfação de seus apetites materiais, nada aspirando para o futuro. Uma secreta intuição nos diz que isso é absurdo.

Acreditando que o fim de tudo é o nada, o homem concentra forçosamente todo o seu pensamento na vida presente. Com efeito, não seria lógico preocupar-se com um futuro que não se espera. Essa preocupação exclusiva com o presente o leva naturalmente a pensar em si antes de tudo.

É, portanto, o mais poderoso estimulante do egoísmo, e a incredulidade é consequente consigo mesma quando chega a esta conclusão: gozemos enquanto vivemos, gozemos o mais possível, desde que após a morte tudo está acabado, gozemos logo, pois não sabemos quanto tempo isso vai durar. E também quando chega a esta outra conclusão, bastante grave para a sociedade: gozemos de qualquer maneira, cada qual por si, que a felicidade neste mundo cabe sempre ao mais esperto.

Se o respeito humano consegue deter alguns, que freio poderia segurar aqueles que nada tem? Eles dizem que a lei humana só protege os mal-intencionados, e por isso aplicam todo o seu talento aos meios de fraudá-la. Se existe uma doutrina malsã e anti-social é seguramente essa do nada, pois que rompe os verdadeiros laços da sociedade e da fraternidade, fundamentos das relações sociais.

Suponhamos que, em alguma circunstância, todo um povo se convença de que dentro de oito dias, um mês ou um ano ele será aniquilado, que nenhum indivíduo sobreviverá, que não 13 restará mais nenhum traço de nada um após a morte. O que faria esse povo durante este tempo? Trabalharia para se melhorar, para se instruir, se esforçaria para viver? Respeitaria os direitos, os bens, a vida de seus semelhantes? Se submeteria às leis, a alguma autoridade, qualquer que seja, mesmo a mais legítima: a autoridade paterna? Haveria para ele qualquer espécie de dever? Seguramente não.

Pois bem: isso que não acontece para um povo que a doutrina do nada realiza isoladamente a cada dia. Se as consequências não são tão desastrosas como poderiam ser, é primeiro porque na maior parte dos incrédulos há mais fanfarrice do que verdadeira incredulidade, mais dúvida do que convicção, e porque eles são mais temerosos do nada do que podem parecer. O epíteto de espírito forte alenta-lhes o amor próprio. Em segundo lugar, os verdadeiros incrédulos constituem uma ínfima minoria, que sofrem a contragosto a pressão da opinião contrária e são contidos pelas forças sociais. (…)

Ora, não se pode negar que o ceticismo, a dúvida, e a indiferença ganham terreno cada dia, apesar dos esforços da religião em contrário. Isso, é positivo. Se a religião é impotente contra a incredulidade é que lhe falta alguma coisa para combatê-la, de tal maneira que, se ela se imobilizasse, em pouco tempo estaria inevitavelmente superada. O que lhe falta neste século de positivismo, onde se quer compreender para crer, é a sanção das suas doutrinas pelos fatos positivos. E é também a concordância de algumas doutrinas com os dados positivos da ciência. Se ela diz branco e os fatos dizem negro, temos forçosamente de optar entre a evidência e a fé cega.

Em face desta situação o Espiritismo vem opor um dique à invenção da incredulidade, servindo-se não somente da razão e da perspetiva dos perigos a que ela arrasta, mas também dos fatos materiais, ao permitir que se toque com o dedo e se veja com o olho a alma e a vida futura. 

Cada qual é livre sem dúvida no tocante à crença, podendo crer em alguma coisa ou não crer em nada. Mas os que procuram fazer prevalecer no espírito das massas, e sobretudo da juventude, a negação do futuro, apoiando -se na autoridade, seu saber e na ascendência da sua posição, semeiam na sociedade os germes da perturbação e da dissolução, incorrendo numa grande responsabilidade.”
Livro “O Céu e o Inferno", Primeira Parte, Cap.I, “O Futuro
e o Nada”


“Ficai sabendo:nenhuma coisa é o nada e o nada não existe.”
O Livro dos Espíritos, Qt. nº 23 - a

“Quando dos efeitos se quer remontar às causas, a reencarnação aparece como uma necessidade absoluta, uma condição inerente à humanidade, em uma palavra, como uma lei da natureza. Ela se revela, pelos seus resultados, de maneira por assim dizer material, como o motor oculto se revela pelo movimento que produz. Somente ela pode dizer ao homem de onde ele vem, para onde vai, por que se encontra na Terra, e justificar todas as anomalias e todas as injustiças aparentes da vida.

Sem o princípio da preexistência da alma e da pluralidade das existências, a maior parte das máximas do Evangelho são ininteligíveis, e por isso tem dado motivo a interpretações tão contraditórias. Esse princípio é a chave que deve restituir-lhes o verdadeiro sentido. (…)

Deus, cujas leis são todas soberanamente sábias, nada faz de inútil. Pelas reencarnações no mesmo globo, quis que os mesmos Espíritos se pusessem de novo em contato, tendo assim ocasião de reparar as suas faltas recíprocas. E tendo e conta as suas relações anteriores, quis, ainda, fundar uma base espiritual os laços de família, apoiando numa lei natural os princípios de solidariedade, fraternidade e igualdade.”
                                                                          Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 4, itens 17 e 26
“Ninguém pode ver o Reino dos Céus sem Nascer de Novo”

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