Eu Escolho Viver...em qualquer idade (15 de setembro)




A ideação do suicídio pode ocorrer em qualquer fase da vida.

Em Portugal a taxa de suicídio é mais alta na região do Alentejo e principalmente na 3ª idade. Talvez pelo isolamento, talvez por se perder a ideia de liberdade, que em mais jovem, as planícies alentejanas proporcionavam quando os olhos se perdiam no horizonte.

O suicídio na 3ª idade surge como termino de algo, que o individuo considera que na verdade já terminou.

Com o avanço da idade surgem as perdas, primeiro as pequenas e físicas (visão, audição, destreza, reflexos, alguma mobilidade), estas vão aumentando com o passar do tempo...

Chega a tão aguardada reforma, mas após um primeiro tempo de gozo e descanso, começa a dar lugar ao isolamento à quebra de rotinas, de momentos de convívio social. Decresce a atividade mental e com ela abre-se lugar às perdas de memória dificuldades de raciocínio rápido...

Muito embora os familiares possam não notar, cada perda é sentida pelo próprio acompanhada de um silencioso lamento. Mas as perdas não ficam por aqui...por vezes há perdas económicas que advém do facto de, pelo avanço da idade já não se conseguir auferir os mesmos rendimentos e por sua vez as despesas de saúde crescem. Temos também as perdas familiares, afetos que desencarnam outros que se afastam pelas contingências da vida, e como se não bastasse. a perda de autonomia na vida e nas decisões.

Tudo isto conduz a quadros depressivos para os quais o suicídio parece a única resposta possível.

É muito importante fazermo-nos presentes na vida de todos aqueles que já tiveram a oportunidade de viver bastante na Terra, e que só por isso, se encontram com idade avançada. Lembra-los que são enciclopédias de conhecimento e experiência, que toda a sua vida tem valor e que a vida continua. Ajudá-los a ocupar o tempo e a mente, tratando-os com a humanidade e o respeito que todos merecemos.

Mas o flagelo do suicídio assombra em todas as faixas etárias e nas últimas décadas tem aumentado o número de suicídios em jovens e jovens adultos. O que está a acontecer? O que mudou?
Fazendo uma breve reflexão conseguimos encontrar vários factores, dos quais podemos destacar o materialismo e competitividade da nossa sociedade, as mudanças nos contextos familiares a ausência dos pais na vida dos filhos, a perda de valores, a falta de educação ética/moral para uma vida com sentido, a falta de relações com significado.
O que é preciso mudar? Como devemos agir?
É necessário que se somos pais assumamos a nossa responsabilidade, educando na vida e para a vida. Estudando os nossos filhos desde o ventre materno ou desde o berço e dando a cada um na medida das suas necessidades. A Educação é o maior meio de prevenção dos mais diversos males que nos assolam, é importante dar significado à vida, criar objetivos e lutar para os alcançar, sonhar, aprender a lidar com as conquistas mas também com os fracassos.
Quando alguém jovem se suicida, tenta calar uma dor maior numa existência ainda curta mas desprovida de significado para o próprio.
Que cada adulto se eduque para educar, fazer bem pressupõe aprendizagem. Para desempenhar uma profissão de responsabilidade à toda uma preparação e empenho, se quero ser bom médico, enfermeiro, professor, contabilista, jornalista, ..., tenho que estudar, tenho que me preparar, contudo, nenhuma responsabilidade é maior que a de ser pai ou mãe...então será que para esta eu estou apto, não terei também que me preparar, estudar o meu filho e com o meu filho.

Vamos ser presentes em qualquer idade, vamos amar, vamos dizer "EU ESTOU AQUI!"

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