Mediunidade, espelho da Alma (29 de setembro)



Definição da mediunidade:
"Todo aquele que sente em um grau qualquer influência dos espíritos é, por esse fato, médium".
Allan Kardec (1804-1869), Fundador do Espiritismo

Ser médium é fazer a mediação entre dois planos, aos quais nós próprios pertencemos, o plano espiritual na nossa condição de espíritos e o plano físico, ao qual estamos ligados pelo nosso corpo carnal. Faculdade orgânica que trazemos em diferentes graus de intensidade, de acordo com o nosso compromisso na Terra. Damos e recebemos, ensinamos e aprendemos, não apenas com aqueles que nos acompanham no nosso percurso terreno, mas com tantos companheiros que se abeiram de nós do outro lado da vida e que connosco partilham as suas histórias, as suas dores,...onde nós tantas vezes nos revemos.
Nos últimos anos, temos visto desvanecer-se um pouco a nevoa de ignorância que envolve o tema "mediunidade" que, embora dentro das leis da natureza foi relegado ao oculto e ao pecaminoso durante a Idade Média. 
Os anos passaram, mas ainda carregamos dentro de nós os atavismos de outros tempos. É preciso rasgar com a ignorância do passado procurar respostas, aprender a viver melhor e de forma responsável com todas as nossas caraterísticas incluindo a mediunidade.  

Deixamos aqui alguns excertos de estudo e o levantar do véu para quem ainda não tem contacto com o tema, para a semana exploraremos um pouco mais.
Associação Espírita de Évora


“A mediunidade é faculdade da alma, que se reveste de células no corpo, a fim de permitir a decodificação da onda do pensamento procedente de outra dimensão, para torná-la entendimento objetivo.
Allan Kardec informa que se trata de uma faculdade que todos os seres humanos possuem, em diferentes graus de perceção, como uma certa predisposição orgânica, sendo raro aquele que não lhe possua qualquer rudimento.” Considerando-se as condições de inferioridade do Planeta, em razão do atraso dos seus habitantes, o Espiritismo veio demonstrar, também, os perigos que existem no exercício inconsequente da mediunidade, nos ardis incontáveis das obsessões, nos compromissos graves que devem ser assumidos por todos aqueles que tenham interesse em aprofundar os seus conhecimentos e
conquistar a plenitude espiritual.
A reencarnação é abençoada concessão da Divindade para facultar o processo de evolução moral e intelectual do espírito, ampliando-lhe os horizontes da emoção e do discernimento para a ação dignificadora, aprimorando-se sempre mais e superando os obstáculos que se lhe opõem naturalmente pela via ascensional. Nunca faltam desafios nem percalços na jornada evolutiva; entretanto, pela utilização das bênçãos da mediunidade, quando direcionada para o ministério de Jesus, a Consolação e a alegria de viver alternam-se no imo do indivíduo e facultam-lhe o interesse até o sacrifício na ação e vivência da caridade, quando necessário. A prática saudável da mediunidade é, desse modo, um grande desafio, tendo-se em vista os interesses mesquinhos que vicejam na sociedade, os comportamentos doentios, a psicoesfera enfermiça que paira na Terra, condições, sem dúvida, transitórias do orbe, que também progride na escala dos mundos.
Consciente das responsabilidades que lhe dizem respeito, o médium consciente de si mesmo e das lições edificantes do Espiritismo empenha-se com denodo para ser sempre melhor moralmente, esforçando-se por alcançar patamares mais elevados da evolução, sempre objetivando servir mais e melhor.
Embora os seus valores não o impeçam de sofrer, revestem-no de resistências para o enfrentamento das tentações e turbulências muito comuns nas atividades a que se dedica, ao tempo em que resguardam-no da ação perniciosa dos espíritos maus, sempre interessados em obstaculizar a marcha do progresso e desforçar-se daqueles que os hajam prejudicado ou com os quais não simpatizam, dando lugar às graves obsessões. Precate-se, portanto, o servidor de Jesus, das ciladas desses seres enfermos e perversos, contando com a proteção dos seus guias espirituais que jamais o abandonam ou permitem que lhe aconteçam males que lhe dificultem alcançar a meta do mediumato.
Amparo (SP), 15 de agosto de 2011 (Manoel
Philomeno de Miranda)
Livro “Mediunidade desafios e bênçãos”,
de Divaldo Pereira Franco

“O futuro pertence ao Espírito!
Quanto mais avança na ascensão evolutiva, mais seguramente percebe o homem a inexistência da morte como cessação da vida. E agora, mais que nunca, reconhece-se na posição de uma consciência retida entre forças e fluidos, provisoriamente aglutinados para fins educativos.
Compreende, pouco a pouco, que o túmulo é porta à renovação, como o berço é acesso à experiência, e observa que o seu estágio no planeta é uma viagem com destino às estações do Progresso Maior.
E, na grande romagem, todos somos instrumentos das forças com as quais estamos em sintonia. Todos somos médiuns, dentro do campo mental que nos é próprio, associando-nos às energias edificantes, se o nosso pensamento flui na direção da vida primitivista ou torturada.
Cada criatura com os sentimentos emite raios específicos e vive na onda espiritual com que se identifica. Semelhantes verdades não permanecerão semiocultas em nossos santuários de fé. Irradiar-se-ão dos templos da Ciência como equações matemáticas.
E enquanto variados aprendizes focalizam a mediunidade, estudando-a da Terra para o Céu, nosso amigo procura analisar-lhe a posição e os valores, do Céu para Terra, colaborando na construção dos tempos novos.
Todavia, o que destacamos por mais alto em suas páginas é a necessidade do Cristo no coração e na consciência, para que não estejamos desorientados ao toque dos fenômenos.
Sem noção de responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os Cimos da Vida.
André Luiz é bastante claro para que nos alonguemos em qualquer consideração. 
Cada médium com a sua mente.
Cada mente com os seus raios, personalizando observações e interpretações.
E, conforme os raios que arremessamos, erguer-se-nos-á o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas almas se afeiçoam.
Isso, em boa síntese, equivale ainda a repetir com Jesus: 
- A cada qual segundo suas obras.”
Emmanuel
Pedro Leopoldo, 3 de outubro de 1954.
Livro “Nos Domínios da Mediunidade” de Emmanuel e Chico Xavier

1 – Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expeli os demônios; daí de graça o que de graça recebestes. (Mateus, X: 8).
2 – “Daí de graça o que de graça recebestes”, disse Jesus aos seus discípulos, e por esse preceito estabelece que não se deve cobrar aquilo por que nada se pagou. Ora, o que eles haviam recebido de graça era a faculdade de curar os doentes e de expulsar os demônios, ou seja, os maus Espíritos. Esse dom lhe fora dado gratuitamente por Deus, para alívio dos que sofrem e para ajudar a propagação da fé. Ele lhes diz que não o transformem em objeto de comércio ou de especulação, nem em meio de vida.
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVI

Nestas publicações, cabem sempre as vossas questões...podem sempre enviar, que procuraremos responder e/ou sugerir literatura.

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